Imigração: a Holanda diz defender "distinções claras entre quem tem e quem não tem direito à proteção internacional" (Beawiharta/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 15h58.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 16h23.
Haia - O governo da Holanda rejeitou nesta segunda-feira oficialmente a solicitação da Itália de receber os 47 imigrantes resgatados perto da costa da Líbia pelo navio da ONG alemã Sea Watch, que navega com a bandeira holandesa em águas italianas há quase dez dias.
Segundo o secretário de Estado para Imigração, Mark Harberes, a Holanda enviou sua resposta ao governo italiano "através dos canais diplomáticos apropriados" e considerou que, apesar de a bandeira holandesa ondear no navio, Haia "não é obrigada a se responsabilizar" pela embarcação.
Harberes advertiu que o Sea Watch "manobrou mais uma vez por iniciativa própria" e não se pronunciou sobre a sua atuação.
Além disso, lamentou que agora "diz respeito ao capitão do navio encontrar um refúgio seguro para o desembarque dos 47 imigrantes a bordo" e explicou que "aqueles que não tiverem direito a proteção devem ser devolvidos imediatamente depois de chegarem à fronteira europeia".
"Sem uma perspectiva concreta sobre uma solução estrutural deste tipo, a Holanda não participará de medidas ad hoc que tenham a ver com o desembarque" dos imigrantes, indicou o secretário de Estado.
Harneres lembrou que em 14 de fevereiro do ano passado e em carta ao Parlamento, o governo holandês deixou claro que defende "uma solução estrutural" e "distinções claras entre quem tem e quem não tem direito à proteção internacional".
Para o vice-primeiro-ministro italiano e líder do Movimento Cinco Estrelas, Luigi di Maio, a solução deve ser "o sequestro" do navio e o envio dos imigrantes à Holanda, pois "a bandeira de um navio não é uma coisa folclórica, significa que a embarcação é território da bandeira do país que carrega".
Depois de estar sete dias em águas internacionais, as condições meteorológicas adversas obrigaram as autoridades italianas a permitir a entrada do navio em águas territoriais e agora se encontra a menos de duas milhas do litoral de Siracusa (Sicília).
No domingo, três parlamentares italianos desafiaram o vice-presidente Matteo Salvini e subiram a bordo da embarcação, apesar de uma proibição expressa, para verificar as condições de saúde dos imigrantes.