A Holanda tem algumas das leis mais liberais do mundo em saúde reprodutiva (AFP/ Peter Muhly)
Reuters
Publicado em 28 de janeiro de 2017 às 17h25.
AMSTERDÃ (Reuters) - A Holanda se comprometeu a gastar 10 milhões de dólares para substituir o financiamento a operações de aborto em países em desenvolvimento, depois que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump vetou a destinação de verba a grupos estrangeiros que promovem esse tipo de serviço.
Trump estabeleceu uma política na segunda-feira exigindo que as organizações estrangeiras que recebem fundos de planejamento familiar dos EUA certifiquem que não irão realizar abortos ou fornecer auxílios para aborto como método de planejamento familiar.
A Holanda, que tem algumas das leis mais liberais do mundo em saúde reprodutiva, disse no início desta semana que o fundo vai buscar doações de outros governos, instituições de caridade e empresas, bem como indivíduos.
Autoridades holandesas estimam que a proibição dos EUA, que foi condenada por ativistas de direitos da mulher, causará um déficit de financiamento de 600 milhões de dólares pelos próximos quatro anos. Os ativistas dizem que isso vai pôr em risco a vida das mulheres.
Liliane Ploumen, ministra holandesa para a cooperação internacional para o desenvolvimento, disse que está confiante, após as primeiras negociações, que a arrecadação de fundos ajudaria a preencher a lacuna.
"É claro que mais dinheiro é necessário", disse Ploumen. "De acordo com as informações que temos recebido estou confiante de que iremos longe." Os holandeses não nomearam outros possíveis países doadores, mas o Canadá disse que está considerando contribuir.