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Hillary revela como EUA acompanhou morte de Bin Laden

Um dos piores momentos, segundo Hillary, foi quando um dos dois helicópteros de transporte dos soldados ficou preso

Bin Laden foi executado por um comando americano em Abbottabad depois de ser perseguido por dez anos (AFP)

Bin Laden foi executado por um comando americano em Abbottabad depois de ser perseguido por dez anos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 19h22.

Washington - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, revelou alguns detalhes de como a Casa Branca acompanhou, ao vivo, em maio de 2011, a operação que acabou com a vida do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.

''Não acho que ninguém pudesse respirar durante os 35 ou 37 minutos'', que durou a ação, disse Hillary na segunda-feira perante os cadetes da Academia Naval de Annapolis (Maryland), segundo informou nesta quarta-feira a imprensa americana.

A fotografia dessa noite na qual se vê o presidente Barack Obama rodeado de seus colaboradores mais próximos olhando com extrema atenção para uma tela deu a volta ao mundo.

Nessa imagem, Hillary tem a mão posta sobre a boca com expressão de assombro e, segundo reconheceu ao auditório, a tensão era extrema porque a operação poderia ter fracassado.

Um dos cadetes presentes tinha pedido à secretária de Estado uma reflexão sobre a morte de Bin Laden e sobre como foi a operação dos Navy Seals, um exclusivo corpo de elite da Marinha americana treinado para realizar missões especiais.

Em uma confissão muito pouco habitual, Hillary Clinton explicou que a sala de crise conhecida como ''Situation Room'', localizada em um porão da Casa Branca, inclui várias salas de reuniões dotadas com telas de televisão e equipamentos que permitem manter videoconferências seguras com qualquer parte do mundo, em qualquer momento.

O presidente e seus colaboradores de mais alto nível se encontravam em uma das menores salas, ''uma espécie de área secreta nos porões'', e quando começou a operação, seguiram ''em tempo real o que estava acontecendo''.


Um dos piores momentos, segundo Hillary, foi quando um dos dois helicópteros de transporte dos soldados ficou preso entre o pátio e o muro que rodeava o complexo no qual Bin Laden se escondia, na cidade de Abbottabad, no norte do Paquistão.

A secretária de Estado garantiu que havia um plano para seguir adiante com a operação, mas mesmo assim reconheceu que houve ''preocupação''.

Em questão de minutos, os Navy Seals tiveram que tirar as mulheres e as crianças que moravam na casa para que ninguém saísse ferido e queimar o helicóptero acidentado.

Uma vez morto, os Seals também tiraram da casa o corpo de Bin Laden, que posteriormente foi transportado ao porta-aviões Carl Vinson, no mar de Arábia, onde foi preparado segundo os ritos e jogado ao mar, para evitar que seu túmulo se transformasse em centro de peregrinação.

Hillary também lembrou com satisfação como, após terminada a missão, a multidão se amontoou nas portas da Casa Branca, uma vez que a morte de Bin Laden foi divulgada.

''Saíamos caminhando pela colunata (da Casa Branca) e escutamos um rugir, não sabíamos de onde vinha, ninguém tinha dormido durante horas e nos encontramos com todos esses estudantes gritando (...) que espontaneamente vieram às portas da Casa Branca'', descreveu.

''Muitos deles, assim como vocês, eram crianças quando fomos atacados'' destacou a secretária, confessando que naquele momento lembrou-se dos parentes das pessoas que morreram nos atentados de 11 de setembro de 2001.

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