Hillary Clinton: Moscou deu poucos sinais de aceitar voluntariamente deixar em terra seus aviões (Drew Angerer/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de outubro de 2016 às 12h47.
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, repetiu nesta quarta-feira a proposta de criar uma zona de exclusão aérea na Síria, mas disse que a mesma deveria ser negociada, e não imposta.
Clinton disse que a negociação é necessária, ao reconhecer as "legítimas preocupações" de provocar um conflito com o regime sírio ou com sua aliada Rússia, que têm avançados sistemas de armas.
"Penso que uma zona de exclusão aérea salvaria vidas e aceleraria o fim do conflito", disse a democrata no terceiro debate presidencial com o rival republicano Donald Trump, em Las Vegas.
"Isto exigiria muita negociação e também deixaria claro aos sírios e aos russos que nosso propósito é propiciar zonas seguras no terreno", disse.
Moscou deu poucos sinais de aceitar voluntariamente deixar em terra seus aviões ou os do regime sírio, o que provoca dúvidas sobre como Hillary poderia alcançar seu objetivo.
O presidente Barack Obama e os comandantes militares americanos rejeitaram o papel de polícia no espaço aéreo da Síria, mas aqueles que apoiam a ideia afirmam que a medida deteria os bombardeios indiscriminados de civis em Aleppo e outras cidades.
Para impor uma zona de exclusão aérea como a aplicada nas regiões norte e sul do Iraque após a primeira Guerra do Golfo seria necessário neutralizar os sistemas de defesa aérea da Síria.
Trump disse que o presidente sírio Bashar al-Assad era "mais rude e mais inteligente que ela e Obama".
"Todos pensavam que ele sairia há dois anos, há três anos. Ele agora se alinhou com a Rússia. Ele agora se alinhou com o Irã, a quem tornamos muito poderosos", disse o candidato republicano.
Repetindo a posição de Moscou, Trump criticou Clinton e Obama por pedir a Assad que deixe o poder.