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Hillary pede a Kadafi que deixe o poder

Segundo a secretária de Estado dos EUA. aliados já procuram um exílio para o ditador

Segundo Hillary Clinton, Kadafi não tem mais legitimidade para permanecer no poder (Win McNamee/Getty Images)

Segundo Hillary Clinton, Kadafi não tem mais legitimidade para permanecer no poder (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 17h54.

Washington - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta quarta-feira ao líder líbio, Muammar Kadafi, e a seu círculo próximo que tomem a "decisão adequada" de deixar o poder.

"Kadafi tem que tomar uma decisão e aqueles que o rodeiam têm que tomar decisões. A maneira mais rápida de pôr fim a isto atualmente é deixarem o poder", afirmou Hillary em declarações à imprensa depois de se reunir com o ministro das Relações Exteriores marroquino, Taieb Fassi Fihri.

A chefe da diplomacia americana indicou na segunda-feira em uma entrevista à emissora "ABC" que, segundo diversas fontes, pessoas próximas à Kadafi poderiam estar pedindo ajuda ao exterior para encontrar uma saída para o líder, como um exílio.

"Escutamos muitas coisas de muitas fontes. O que está claro é que ele perdeu a legitimidade para governar e a confiança de seus cidadãos, e isso é a principal razão pela qual deve abandonar o poder", indicou Hillary nesta quarta-feira.

"(Kadafi) Não pode seguir governando e rejeitando as aspirações legítimas de seu próprio povo", acrescentou.

Durante as últimas semanas, a comunidade internacional adotou uma série de medidas para pressionar Kadafi e pessoas ligadas a ele para que prestem contas por suas ações, às quais se somou agora a ação militar, que, destacou, "acrescenta ainda mais pressão".

Hillary reconheceu que há um grande debate sobre o resultado que gerará o forte apoio internacional à resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, mas ressaltou que o propósito do uso da força não foi outro além de responder à crise humanitária.

"O objetivo da resolução é proteger os líbios e a ação militar se foca nisso, em aplicar a zona de exclusão aérea e o embargo", afirmou.

Em todo caso, insistiu, "dependerá de Kadafi e de seus seguidores determinar seus próximos passos".

A secretária disse que estava satisfeita com a participação árabe na coalizão internacional e antecipou que haverá mais anúncios sobre esta questão nos próximos dias.

Hillary sustentou que "ainda é cedo" para avaliar o impacto global da ação militar, mas indicou que foram registrados "avanços".

"As tropas de Kadafi estavam a ponto de entrar em Benghazi (...) e agora foram freadas", assinalou. "Muitos líbios estão agora mais seguros graças à ação internacional", acrescentou.

"Os EUA continuarão apoiando esta missão na medida em que passarmos o comando e o controle à Otan", finalizou.

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