Hillary Clinton: "Deixarei que qualquer investigação sobre isto siga adiante e esperaremos o resultado" (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2015 às 22h01.
Washington -- A pré-candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, voltou a dizer neste sábado que não enviou mensagens confidenciais de seu endereço pessoal de e-mail quando era secretária de Estado dos Estados Unidos (2009-2013), a fim acabar com um escândalo que está ofuscando sua campanha para as eleições presidenciais de 2016.
"Nunca enviei ou recebi e-mails marcados como 'secretos'", ressaltou ela perante os jornalistas na Feira Estadual de Iowa, que atrai anualmente mais de 1 milhão de pessoas e onde aspirantes democratas e republicanos estão angariando apoio neste fim de semana.
"Deixarei que qualquer investigação sobre isto siga adiante e esperaremos o resultado", disse a candidata.
A ex-primeira-dama dos Estados Unidos acusou seus oponentes republicanos de reativar o escândalo e atribuiu a polêmica ao "habitual" uso partidário de "tudo o que acontece".
Por sua vez, a controverso magnata Donald Trump, que lidera as pesquisas para a indicação do Partido Republicano à Casa Branca, afirmou hoje mesma feira que Hillary "realmente tem um grande problema" com o escândalo dos e-mails.
"O que ela fez foi uma coisa terrível. Foi uma coisa muito tola", disse Trump, que causou grande alvoroço no evento ao chegar a bordo de seu helicóptero.
Esta semana, o comitê de campanha de Hillary anunciou que entregará seu servidor privado de e-mail ao Departamento de Justiça. Na semana passada, o jornal "The Washington Post" publicou que o FBI está analisando a segurança da configuração da conta para garantir que não está exposto a ataques de hackeres.
Este ano, a ex-secretária de Estado se viu envolvida em uma polêmica quando se preparava para apresentar sua candidatura às primárias democratas, ao ser revelado que tinha usado sua conta de e-mail pessoal para assuntos de interesse nacional. Atendendo a pressão dos republicanos, o Congresso dos Estados Unidos abriu uma investigação e Hillary entregou 55 mil páginas de mensagens ao Departamento de Estado, para análise e publicação, algo que já está sendo feito.
O órgão informou no último dia 11 que dois dos e-mails entregues por ela (que sempre afirmou que não continham informações confidenciais) deveriam ser classificados como "top secret".
Conforme uma pesquisa publicada ontem pelo canal "Fox", 58% dos americanos acreditam que Hillary Clinton mente quando diz que não tinha informação confidencial em seu e-mail particular. A candidata democrata aceitou comparecer em 22 de outubro perante a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para falar dessa questão e de sua gestão sobre o ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, em 2012.