EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 20h39.
Washington - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira que seu país não tem ''absolutamente nada a ver'' com o vídeo que motivou inúmeros protestos em países árabes, e fez um apelo aos ''líderes responsáveis'' que contenham a violência contra as embaixadas americanas.
Na primeira sessão do diálogo estratégico com o Marrocos em Washington, Hillary assegurou que nos Estados Unidos ''pessoas que expressam seus pontos de vista não são presas''.
''Qualquer líder responsável deveria se levantar agora e condenar a violência'', assegurou a chefe em referência ao terceiro dia de protestos na embaixada americana no Egito, que se estenderam também ao Iêmen. Hillary também fez referência à morte do embaixador americano na Líbia, J. Christopher Stevens, em um ataque armado contra o consulado americano em Benghazi.
Por sua vez, o presidente de EUA, Barack Obama, em entrevista divulgada na quarta-feira, afirmou que o Egito ''não é um aliado'' de seu país, mas também não ''um inimigo'', e alertou que haverá problemas se o governo de Mohammed Mursi não se comprometer a proteger os diplomatas após os ataques contra a embaixada americana no Cairo.
Os protestos, que começaram na terça-feira contra a embaixada americana na capital do Egito, deixaram centenas de feridos entre policiais e manifestantes. Enquanto isso, a violência se estendeu a países vizinhos, como o Iêmen.
Obama sustentou que espera que o Egito seja ''receptivo'' com sua preocupação pela proteção do pessoal que trabalha na embaixada.
Hillary aproveitou seu discurso para lembrar que os Estados Unidos rejeitam o conteúdo ''repugnante e repreensível'' do filme ''A inocência dos muçulmanos'', produção independente que faz referência ao Islã e que motivou os diversos protestos em países árabes.
A secretária de Estado, que na quarta-feira mostrou comoção pela morte de Stevens e outros três americano em Benghazi, assegurou que nos EUA é respeitada a liberdade e a tolerância religiosa, mas que em um mundo com novas tecnologias, Washington ''não pode prevenir esse tipo de vídeo repulsivo''.
''É errado que a violência se dirija contra missões diplomáticas, lugares cujos propósitos são pacíficos e promovem o melhor entendimento entre países e culturas'', assegurou Hillary.
O ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Saaededín Otmani, condenou o assassinato dos diplomatas na Líbia e reiterou a posição do país alauí contra a violência, ao mesmo tempo que pediu que se evitem mensagens que insultem o profeta Maomé.