Apesar das críticas do Governo chinês, Hillary, que chegou hoje em Pequim para realizar um fórum estratégico e econômico com as autoridades chinesas, disse estar satisfeita de "ter facilitado a saída de Chen da Embaixada americana" (©AFP / Jewel Samad)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2012 às 11h46.
Pequim - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta quarta-feira que o dissidente Chen Guangcheng, refugiado durante seis dias na Embaixada dos Estados Unidos em Pequim, conseguiu estabelecer um acordo com as autoridades chinesas e manifestou seu apoio ao ativista.
"Chen e o Governo chinês alcançaram vários acordos sobre seu futuro, incluindo a oportunidade de buscar uma melhor educação em um contexto mais seguro", assinalou Hillary em um comunicado emito pouco depois que Pequim pedisse à embaixada dos EUA que se desculpasse por ter amparado o dissidente nos últimos dias.
Apesar das críticas do Governo chinês, Hillary, que chegou hoje em Pequim para realizar um fórum estratégico e econômico com as autoridades chinesas, disse estar satisfeita de "ter facilitado a saída de Chen da Embaixada americana".
A secretária de Estado, que chegou a conversar com Chen sobre sua situação por telefone, não quis dar detalhes sobre os "acordos" alcançados entre o dissidente e as autoridades chinesas e se limitou a assinalar que "transformar esses compromissos em realidade é a próxima e crucial tarefa".
Caso esses compromissos não sejam cumpridos é possível que Chen deixe a China e siga para os EUA. No entanto, o ativista assinalou em várias ocasiões que sua intenção é permanecer em seu país para seguir defendendo sua causa.
Hillary também assegurou que Chen seguirá contando com o apoio do Governo dos EUA
"O Governo dos Estados Unidos e o povo americano estão comprometidos a seguir implicados com Chen e sua família nos dias, semanas e meses que virão", ressaltou a Secretária de Estado no comunicado.
Chen, um advogado autodidata que perdeu a vista aos cinco anos, foi condenado a quatro anos e três meses de prisão após ter denunciado abortos e esterilizações forçadas em 7 mil mulheres de sua província, Shandong. Essa mesma sentença foi muito criticada por organizações de direitos humanos, que consideraram que a medida seria uma vingança das autoridades por seu ativismo.
O advogado ganhou liberdade em 2010, mas, desde então, segue junto com a sua família em um regime de prisão domiciliar. No entanto, no último dia 22 de abril, Chan saiu de sua residência para buscar refúgio na Embaixada americana.
O dissidente, que deixou a embaixada americana para ser atendido em um hospital pequinês, já se reuniu com sua família e com seu advogado Li Jinsong. Além de solicitar uma entrevista ao jornal "Washington Post", Chen também agradeceu Hillary pela a ajuda recebida.