Uma pesquisa recente da Universidade Quinnipiac mostra dados ainda mais preocupantes para Hillary: 29% dos eleitores de entre 18 e 34 anos apoiarão o Partido Libertário (Adrees Latif/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2016 às 14h40.
Washington, 2 out (EFEUSA).- A candidata democrata à Casa Branca, <a href="https://exame.com.br/topicos/hillary-clinton"><strong>Hillary Clinton</strong></a>, tem dificuldades para atrair os eleitores jovens que ficaram entusiasmados com seu antecessor, <a href="https://exame.com.br/topicos/barack-obama"><strong>Barack Obama</strong></a>, e apoiaram massivamente seu rival das primárias deste ano, o senador Bernie Sanders.</p>
A seis semanas das eleições, Hillary redobra esforços para atrair os jovens de entre 18 e 35 anos, já que mais de um terço afirmaram que votarão em terceiros partidos ou ficarão em casa em 8 de novembro, segundo as pesquisas.
Pelas campanhas nos campus universitários desfilaram nos últimos dias Sanders, a senadora Elizabeth Warren e a primeira-dama, Michelle Obama, três figuras que, como o presidente Obama, são mais populares entre os jovens do que Hillary.
A democrata necessita deste grupo de eleitores, fundamental nas vitórias de Obama em 2008 e 2012, para vencer o candidato republicano, Donald Trump, já que só tem 3,1 pontos de vantagem, segundo uma pesquisa da "Real Clear Politics", apesar de sua uma guinada para cima após o debate da segunda-feira.
Seu maior trunfo para ganhar os jovens é justamente seu adversário das primárias, Bernie Sanders, o senador "socialista democrático" de 75 anos transformado em ícone da geração Y, que agora têm entre 18 e 35 anos.
Nesta semana ambos fizeram campanha juntos na Universidade de New Hampshire em Durham e defenderam a proposta de que a universidade pública seja de graça para as famílias com renda anual inferior aos US$ 125 mil, uma das principais ideias de Sanders e que Hillary adotou em seu programa político.
Sanders, que era político independente até se apresentar como candidato às primárias democratas, seguirá visitando os Estados competitivos nas próximas semanas com uma mensagem: este não é o momento de fazer um voto protesto e apoiar um terceiro partido.
"Eu comecei minha carreira concorrendo por um terceiro partido. Sou o político independente que mais tempo serviu no Congresso, mas acho que é preciso pensar muito antes de fazer um voto protesto, porque a eleição é entre Hillary ou Trump", defendeu o senador em entrevista recente ao "MSNBC".
"E diria aos que estão pensando em fazer um voto de protesto, que pensem em como está o país e em se ficarão bem com quatro anos de presidência de Trump", acrescentou.
Essa mesma mensagem defendeu Michelle Obama em vários campus da Filadélfia e Pittsburgh (no estado-chave da Pensilvânia) nesta quarta-feira. "Se votar por qualquer um que não seja Hillary, ou se não votar, então estará ajudando a escolher o oponente de Hillary".
Os jovens foram fundamentais nas duas vitórias de seu marido, o presidente Obama, que obteve 60% dos votos dos menores de 30 anos em 2012 e 66% em 2008, ano em que foi registrada a maior disparidade entre o voto dos menores e maiores de 30 anos desde que começaram as pesquisas a boca de urna em 1972, segundo o centro de estudos Pew.
Longe do entusiasmo que suscitou Obama, os jovens veem Hillary como "desonesta", "não autêntica", "demais moderada" ou "demais próxima aos poderes financeiros", segundo as pesquisas.
Em abril, a geração Y dos EUA alcançou quase a geração do "baby-boom" (52-70 anos) em número de pessoas em idade de votar, com 69,2 milhões contra 69,7, de modo que estes grupos representam cada um cerca de 31% dos eleitores potenciais, segundo Pew.
As pesquisas mostram neste ano um apoio histórico dos menores de 30 anos a terceiros partidos, algo muito preocupante para Hillary Clinton porque poderia fazer perder as eleições.
Mais de um terço dos eleitores de entre 18 e 29 anos disseram que votariam pelo Partido Libertário (26%) ou pelo Partido Verde (10%), segundo a última pesquisa do jornal "The New York Times" e a emissora "CBS".
Uma pesquisa recente da Universidade Quinnipiac mostra dados ainda mais preocupantes para Hillary: 29% dos eleitores de entre 18 e 34 anos apoiarão o Partido Libertário, 15% o Partido Verde, 26% Trump e ela insuficientes 31%.
Esta tendência é confirmada por uma pesquisa de setembro do "Washington Post" e "ABC News", na qual o Partido Libertário obteria 20% entre os eleitores de entre 18 e 39 anos, o Partido Verde 6%, Trump 24% e Hillary 44%.
Com estes números sobre a mesa, Hillary terá que manter uma intensa campanha nas redes sociais e universidades se apoiando em ícones progressistas como Sanders e Warren e no carisma dos Obama para reverter uma tendência preocupante a esta altura: a simpatia dos jovens pelos candidatos alternativos não diminuiu com a aproximação das eleições como costuma ocorrer. EFEUSA