Soldado israelense nas colinas de Golã: o ataque do domingo passado - do qual Israel não se responsabilizou - destruiu várias instalações militares dos arredores de Damasco. (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 15h43.
Beirute - O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou nesta quinta-feira que irá receber armas da Síria e que apoiará as tentativas dos sírios para recuperar as Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde 1967.
Em discurso por conta do 25° aniversário de nascimento da rádio "Al Nour", do próprio grupo, Nasrallah afirmou que a "Síria vai fornecer armas especiais que a Resistência (Hezbollah) ainda não tem", apesar dos últimos ataques israelenses contra território sírio "terem como objetivo impedí-lo".
"Estamos dispostos a receber qualquer tipo de armas e a preservá-las", destacou o líder do Hezbollah, que lembrou que a Síria apoiou seu grupo "financeiramente e moralmente" em sua luta contra Israel.
Nasrallah pronunciou seu discurso em meio às denúncias tanto dos grupos opositores armados como do regime de Bashar al Assad sobre o uso de armas químicas por parte do bando contrário, mas sobre as quais não foram colhidas evidências irrefutáveis.
Na opinião de Nasrallah, "foi imposta uma guerra na Síria para debilitar o país" e deixá-la fora do conflito com Israel, que "tem ampliado a resistência popular no Golã".
O dirigente xiita expressou seu apoio à Síria "em todos os níveis" e às tentativas sírias para recuperar o controle das Colinas de Golã, em cujas proximidades aumentou a tensão nos últimos meses com sequestros e combates entre o regime e os rebeldes sírios.
Nasrallah considerou que os últimos bombardeios israelenses próximos de Damasco buscam que o regime sírio deixe de apoiar o Hezbollah, e lamentou que o conflito sírio possa beneficiar Israel.
O ataque do domingo passado - do qual Israel não se responsabilizou- destruiu várias instalações militares dos arredores de Damasco e, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, causou a morte de 40 soldados, algo não confirmado pelo regime.
Esse bombardeio aconteceu depois que na sexta-feira outro ataque com mísseis contra território sírio alcançou um comboio com armas aparentemente destinadas para o Hezbollah.