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Henrique Capriles anuncia saída da coalizão opositora venezuelana

Capriles tomou a decisão em protesto à posse de quatro governadores oposicionistas perante a Assembleia Constituinte dominada por governistas

Capriles: "Eu não vou continuar nessa Mesa, não vou mais fazer parte" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Capriles: "Eu não vou continuar nessa Mesa, não vou mais fazer parte" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 18h38.

O ex-candidato presidencial venezuelano Henrique Capriles anunciou nesta terça-feira (24) que vai deixar a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), em protesto contra a posse de quatro governadores oposicionistas perante a Assembleia Constituinte dominada por governistas.

"Eu não vou continuar nessa Mesa, não vou mais fazer parte" dela, enquanto Henry Ramos Allup "estiver na Unidade", afirmou Capriles em declarações via aplicativo Periscope, em alusão ao líder do partido ao qual pertencem os quatro governadores.

Capriles - um dos dirigentes mais conhecidos da MUD - pediu desculpas à militância opositora pelo que considerou uma "traição" de Ramos Allup e dos governadores eleitos em 15 de outubro passado ao se submeterem à Constituinte.

O chavismo elegeu 18 governadores no pleito contra cinco da MUD, quatro do partido Ação Democrática (AD) e um do Primeiro Justiça (PJ, liderado por Capriles), que recusou-se a se subordinar à Constituinte.

"Quando se está doente é preciso operar e tirar o tumor. Na Unidade é preciso fazer o necessário", afirmou Capriles, que perdeu as presidenciais de 2013 para Maduro por uma estreita margem.

"O que houve ontem é uma oportunidade única, histórica, de irmos a uma refundação, uma reorganização" da aliança opositora, acrescentou.

Capriles, ex-governador do estado de Miranda, esclareceu que sua saída é a título pessoal e não compromete o PJ, que, segundo disse, discutirá a questão.

Ramos Allup, um político veterano que presidiu o Parlamento de maioria opositora em 2016, é secretário-geral da AD, uma das formações que dominaram a política venezuelana até a chegada do chavismo ao poder, em 1999.

"Ele é o candidato (opositor) que agradaria ao governo" de Nicolás Maduro nas presidenciais de 2018, avaliou Capriles, considerando um engano o anúncio de Ramos Allup de que os governadores se "autoexcluíram" ao tomar posse perante a Constituinte, que a MUD tacha de "ilegítima".

"Que Ramos Allup não venha lavar as mãos e nos fazer acreditar que se autoexcluíram", afirmou o político, destacando que na AD uma folha não se move sem a ordem do experiente parlamentar.

 

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