Hamas: a criação de uma saída para o resto do mundo através de um porto marítimo é uma das reivindicações constantes do movimento (Mohammed Salem/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 13h52.
Gaza - O movimento islamita Hamas, que governa "de facto" a Faixa de Gaza, rejeitou nesta sexta-feira a oferta do ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, de construir no território palestino um porto e um aeroporto em troca da libertação de três cidadãos israelenses e da devolução dos corpos de dois soldados.
"Nós dizemos: soltem os presos palestinos de suas prisões e apresentem uma razão para libertar seus soldados", disse em comunicado o integrante da direção do Hamas, Mahmoud Zahar .
Esta foi a resposta de Zahar à oferta feita ontem por Lieberman, que disse que Israel aceitaria a construção de um aeroporto e de um porto marítimo para aliviar as medidas do bloqueio por terra, mar e ar que impõe sobre a Faixa desde que o Hamas assumiu o poder do território em 2007, após expulsar à força grupos leais à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Israel é capaz de criar "imediatamente cerca de 40 mil postos de trabalho para residentes de Gaza, assumindo que o Hamas abandone a cláusula de exterminar Israel, os túneis para o terrorismo e, certamente, devolvam os corpos dos soldados e os civis que estão capturados", acrescentou Lieberman.
O ministro israelense se referia aos corpos de dois soldados mortos durante a ofensiva militar contra o Hamas em Gaza entre julho e agosto de 2014, e a três cidadãos israelenses, um de origem etíope e dois árabes.
Os mais de 2 milhões de habitantes que se amontoam nos 360 quilômetros quadrados de Gaza enfrentam duras condições econômicas e um dos índices de desemprego mais altos do planeta, próximo de 40%, e a criação de uma saída para o resto do mundo através de um porto marítimo é uma das reivindicações constantes do Hamas.
No entanto, o Hamas insistiu que se a proposta envolver qualquer troca de presos, Israel deve libertar todos os palestinos que voltaram a ser detidos após serem soltos em 2011, em virtude do acordo de Gilad Shalit, pelo qual 1.028 presos palestinos foram libertados em troca deste soldado israelense.