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Hamas nomeia novo líder após morte de Haniyeh

Yahya Sinwar assumiu o lugar do antecessor, assassinado depois da escalada de violência no Oriente Médio

Yahya Sinwar, líder do movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, gesticula no palco durante um comício na Cidade de Gaza em 24 de maio de 2021. O ministro das Relações Exteriores de Israel pediu a "eliminação rápida" de Yahya Sinwar, que foi nomeado pelo Hamas em 6 de agosto de 2024 como o novo líder político do grupo militante, substituindo Ismail Haniyeh, que foi morto em Teerã na semana passada. (MAHMUD HAMS/AFP)

Yahya Sinwar, líder do movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, gesticula no palco durante um comício na Cidade de Gaza em 24 de maio de 2021. O ministro das Relações Exteriores de Israel pediu a "eliminação rápida" de Yahya Sinwar, que foi nomeado pelo Hamas em 6 de agosto de 2024 como o novo líder político do grupo militante, substituindo Ismail Haniyeh, que foi morto em Teerã na semana passada. (MAHMUD HAMS/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 08h33.

Última atualização em 7 de agosto de 2024 às 08h39.

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O Hamas anunciou nesta terça-feira, 6, a nomeação do seu comandante na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, como novo líder político do movimento, após o assassinato do seu antecessor, que reacendeu o temor de uma escalada militar no Oriente Médio.
O Irã, Hamas e Hezbollah libanês acusaram Israel pelo assassinato em Teerã de Ismail Haniyeh e afirmaram que darão uma resposta.
O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, prometeu hoje represálias contra Israel "sem importar as consequências", após o assassinato no mês passado de Haniyeh e do comandante militar da sua organização, Fuad Shukr, em um bombardeio perto de Beirute.
Em pronunciamento na TV, Nasrallah disse que seu grupo e o Irã serão "obrigados a tomar medidas de represália". Ele destacou que o Hezbollah vai agir sozinho ou dentro de uma "resposta coordenada" de todo o chamado "eixo de resistência", que inclui movimentos pró-Irã no Oriente Médio.
Pouco antes desse pronunciamento, caças da Força Aérea israelense sobrevoaram Beirute a baixa altitude e romperam a barreira do som, o que provocou momentos de pânico na capital do Líbano.
A guerra na Faixa de Gaza, que eclodiu após o ataque do movimento islamista palestino Hamas, em 7 de outubro, em território israelense, há quase 10 meses, intensificou a tensão no Oriente Médio.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva contra o território palestino.
O conflito alimentou tensões no Oriente Médio e a apreensão se intensificou após a morte Haniyeh durante uma visita a Teerã, um ataque que tanto o Hamas como o Irã atribuíram a Israel, mas sobre o qual as autoridades israelenses não comentaram.
Israel assumiu a responsabilidade pelo ataque que matou Shukr, a quem culpou pelo bombardeio que deixou 12 jovens drusos mortos em Majdal Shams, em 27 de julho, nas Colinas de Golã anexadas pelo Estado hebreu.
“A nomeação do arquiterrorista Yahya Sinwar como líder do Hamas é mais um motivo para eliminá-lo rapidamente e apagar do mapa essa organização desprezível”, publicou no X o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz.

Israel em alerta

Israel afirma estar "se preparando para todos os cenários". Os Estados Unidos, seu principal aliado, declarararam trabalhar "dia e noite" para evitar uma escalada militar no Oriente Médio.
Durante uma reunião de emergência na segunda-feira na Casa Branca, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, enviou uma mensagem de contenção.
"Estamos imersos em uma diplomacia intensa dia e noite com uma mensagem muito simples: todos os protagonistas devem evitar a escalada", insistiu.
Os contatos diplomáticos se multiplicaram hoje, na véspera de uma reunião da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI). O presidente americano, Joe Biden, conversou por telefone com o emir do Catar, principal mediador do conflito na Faixa de Gaza, informou a Casa Branca.
“Não podemos negar que existe a possibilidade de uma guerra entre nós e Israel", disse no Cairo o chefe da diplomacia libanesa, Abdalah Bou Habib.
Biden também conversou com o presidente do Egito, Abdel Fatah Al Sisi. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, insistiu na necessidade de um acordo para uma trégua no conflito, o que disse depender de Sinwar.
O futuro das conversas ficou no ar após o assassinato de Haniyeh, considerado uma voz pragmática dentro da organização palestina. O movimento Fatah, rival interno do Hamas, elogiou "a personalidade pragmática, realista e lógica" de Sinwar.
Como principal aliado de Israel, os Estados Unidos também foram afetados pelo aumento da hostilidade regional, com sete soldados feridos por foguetes disparados contra uma base no Iraque.
“Não se enganem, os Estados Unidos não vão tolerar ataques contra nossa equipe na região”, advertiu o chefe do Pentágono, Lloyd Austin.
O foco mais preocupante, no entanto, é a fronteira entre Israel e o Líbano, onde as trocas de disparos são praticamente diárias. Seis combatentes do Hezbollah morreram  hoje em um bombardeio israelense no sul libanês, segundo uma fonte da segurança daquele país.
Muitos países pediram a seus cidadãos que deixem o Líbano, e várias companhias aéreas suspenderam seus voos para Beirute.
O Exército israelense prosseguia com sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza. O ataque do grupo islamista palestino em 7 de outubro no sul de Israel deixou 1.197 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
O Exército israelense confirmou hoje a morte da última pessoa que ainda estava desaparecida desde o ataque. Os combatentes islamistas fizeram 251 reféns, dos quais 111 permaneciam na Faixa de Gaza, embora 39 deles estejam mortos, segundo Israel.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza já deixou 39.653 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.
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