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Hamas convoca nova insurreição palestina contra Israel

Líder geral do grupo pediu que palestinos, muçulmanos e árabes se manifestem contra a decisão de Trump sobre Jerusalém

Líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante pronunciamento na cidade de Gaza (Mohammed Salem/Reuters)

Líder do Hamas, Ismail Haniyeh, durante pronunciamento na cidade de Gaza (Mohammed Salem/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 08h21.

Última atualização em 7 de dezembro de 2017 às 10h16.

O movimento islamita Hamas convocou nesta quinta-feira uma nova sublevação palestina, a conhecida como "intifada", para protestar contra o reconhecimento por parte dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.

Vários grupos palestinos também convocaram uma greve geral em protesto.

Os dirigentes palestinos reivindicam Jerusalém Oriental, ocupado e anexado por Israel em 1967, como a capital do Estado que aspiram. Entretanto, Israel considera que toda Jerusalém, tanto o leste como o oeste, é sua capital "eterna e indivisível".

Até agora a comunidade internacional não quis reconhecer Jerusalém como capital, uma questão muito delicada e considerada chave no processo de paz.

Em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade, considerada como ocupada pela comunidade internacional, as lojas e as escolas foram fechadas nesta quinta-feira por uma greve convocada por grupos palestinos.

Também são esperadas manifestações durante o dia em Ramalah, a capital política palestina, em Belém, também situada na Cisjordânia ocupada, e em várias localidades da Faixa de Gaza, território palestino submetido ao rigoroso bloqueio israelense.

Por sua vez, o movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, pediu um novo levante popular. "Não se pode enfrentar a política sionista dos Estados Unidos mais do que lançando uma nova intifada", disse o chefe de Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso feito em Gaza.

O exército israelense anunciou, por sua vez, o reforço da segurança na Cisjordânia.

Apesar do alerta de muitos de seus sócios, o presidente americano Donald Trump rompeu na quarta-feira com a política de seus antecessores e anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, ordenando o futuro traslado a essa cidade da embaixada americana, que agora está em Tel Aviv, uma decisão que poderia ter consequências imprevisíveis.

"Círculo de fogo"

Analistas e observadores temem que a decisão de Trump abra um novo conflito pelo status dessa cidade, onde há lugares santos judeus, cristãos e muçulmanos.

A decisão colocará a região "em um círculo de fogo", advertiu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que quer mobilizar o mundo muçulmano. Até a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, criticou o ato, qualificando-o de "irresponsável".

O reconhecimento de Jerusalém enfureceu os líderes da Autoridade Palestina, a entidade reconhecida internacionalmente como prefiguração de um futuro Estado palestino independente.

Já o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu saudou o "dia histórico". "O presidente Trump entrou para sempre na história de nossa capital", disse na quinta-feira.

A decisão coloca em xeque o papel histórico de mediador dos Estados Unidos como mediador de paz, lamentou o presidente palestino Mahmud Abbas.

Em sua chegada à Casa Branca, Trump prometeu buscar um acordo diplomático, mas os esforços de sua administração não tiveram resultado até agora.

"Os Estados Unidos continuam determinados a ajudar a facilitar um acordo de paz aceitável para as duas partes", assegurou Trump.

"Como eu poderia me sentar à mesa com aqueles que me impõem o futuro de Jerusalém como capital de Israel?", disse o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat.

Trump garantiu que reconhecer Jerusalém como capital não significa pronunciar-se sobre o "status final" da cidade em negociações com os palestinos.

Os palestinos convocaram "três dias de fúria" a partir de quarta-feira, quando milhares de pessoas foram às ruas na Faixa de Gaza gritando "Morra América!" e "Morra Israel!"

Para sexta-feira, dia da tradicional oração semanal dos muçulmanos, são esperadas novas manifestações em massa.

Também na sexta o Conselho de Segurança da ONU, a pedido de oito países - entre eles Egito, França e Reino Unido - se reunirá em caráter de urgência para tratar a questão.

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