Mundo

Hamas condiciona cessar-fogo à suspensão do bloqueio a Gaza

Dirigente palestino pediu a atuação das organizações humanitárias para ajudar as vítimas e os deslocados na Faixa


	O líder do Hamas, Khaled Meshaal: ele afirmou que cessar-fogo com Israel só acontecerá se bloqueios a Gaza forem retirados
 (REUTERS)

O líder do Hamas, Khaled Meshaal: ele afirmou que cessar-fogo com Israel só acontecerá se bloqueios a Gaza forem retirados (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 17h40.

Cairo - O líder político do movimento palestino islamita Hamas no exílio, Khaled Meshaal, exigiu nesta quarta-feira em Doha a suspensão completa do bloqueio à Faixa de Gaza antes de aceitar qualquer acordo de cessar-fogo com Israel.

Em entrevista coletiva na capital do Catar, Meshaal pôs essa condição prévia para aceitar a cessação das hostilidades e pediu a atuação das organizações humanitárias para ajudar as vítimas e os deslocados na Faixa.

"O bloqueio matou mais pessoas de nosso povo que a guerra", disse o líder do Hamas, acrescentando que o grupo fez seis reivindicações - sobre as que não deu mais detalhes - para aceitar o cessar-fogo.

"Não queremos a guerra, nem que continue, mas não nos rendemos perante a guerra porque estamos defendendo nosso povo", completou.

O dirigente palestino destacou que seu grupo rejeita o desarmamento das milícias, a menos que Israel faça o mesmo e deixe de ocupar Palestina.

Sobre a mediação no conflito, Meshaal deu as boas-vindas "a qualquer tipo de iniciativa se responde a suas reivindicações" e disse que não se opõem aos esforços de nenhum país nesse sentido.

"Para que não haja competição sobre o papel de mediação, (o secretário de Estado americano John) Kerry convocou Catar e Turquia, e lhes pediu que nos convençam", afirmou Meshaal, ressaltando que o Hamas começou a "escutar as outras iniciativas quando começou as consultas com esses dois países".

O Egito apresentou até o momento uma proposta de cessar-fogo que o Hamas rejeitou na semana passada porque queria que fossem incluídos outros requisitos como o fim do bloqueio e a libertação de presos palestinos.

Turquia e Catar, aliados do movimento palestino, desdobraram também seus esforços para tentar mediar o conflito, em meio às tensões desses países com o Egito pelo apoio que deram à Irmandade Muçulmana.

Além disso, Meshaal insistiu que as vítimas do conflito são os "palestinos" e não Israel, que "fez esta guerra sem nenhuma justificativa".

Na opinião do dirigente, Israel lançou a ofensiva sobre Gaza para "absorver a ira dos israelenses" pelo assassinato dos três colonos, satisfazer os mais "extremistas" no governo, "dispersar" a unidade dos palestinos e fazer com que a comunidade internacional "esqueça o processo de paz e as negociações".

Quase 700 palestinos, em sua maioria civis, morreram desde que o exército israelense iniciou uma ofensiva em Gaza no dia 8 de julho, enquanto pelo menos 32 soldados israelenses morreram em combates na Faixa.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaHamasIsraelPalestina

Mais de Mundo

EUA ordena que promotores processem autoridades que se recusem a aplicar novas políticas migratórias

Indultos de Trump para manifestantes que invadiram Capitólio dividem os republicanos

Trump cancela viagem de refugiados já aprovados para reassentamento nos EUA

Argentina poderia deixar Mercosul para concretizar acordo com EUA, diz Milei