Palestina: segundo o Hamas, a decisão "não muda o status religioso, jurídico e administrativo" da cidade (Suhaib Salem/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 17h32.
Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 17h55.
Gaza - O movimento islamita palestino Hamas disse nesta quarta-feira que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos "não muda o status religioso, jurídico e administrativo" da cidade.
O líder político do Hamas, Ismail Haniye, respondeu assim à decisão do presidente Donald Trump que torna os EUA o primeiro país do mundo a dar este passo, apesar de a comunidade internacional não reconhecer a soberania israelense na parte oriental de Jerusalém.
Haniye acrescentou que os palestinos "sabem como responder adequadamente às desconsiderações sobre seus sentimentos e santidades", sem dar mais dados sobre possíveis reações.
Outro líder do movimento, Ezat Resheg, foi mais longe nas suas declarações, ao considerar a decisão de Trump como uma "agressão" contra o povo árabe, islâmico e "o mundo livre", e disse que "nem o governo americano, nem a ocupação (israelense), nem outros poderes são capazes de impor um fato consumado sobre a cidade ocupada de Jerusalém".
"Jerusalém permanecerá como capital eterna da Palestina, de árabes e de muçulmanos", acrescentou, em comunicado.
Resheg advertiu que virão "dias de ira do povo na Palestina" e no mundo todo para rejeitar e "condenar o crime do reconhecimento por Washington como capital da ocupação", ao mesmo tempo que defendia o "direito" palestino de proteger os lugares santos.
Antes do discurso que Trump concedeu em Washington, a Faixa de Gaza foi palco de vários protestos contra a mudança na linha política do governo americano.