Integrantes do Hamas: grupo agradeceu "apoio" da América Latina (Said Khatib/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2014 às 09h34.
Cairo - O número dois do movimento palestino Hamas, Moussa Abu Marzuq, agradeceu neste domingo o chamado de Brasil, Chile, Equador, Peru e El Salvador de consultas da seus respectivos embaixadores em Israel diante da ofensiva contra Gaza.
Em entrevista à Agência Efe no Cairo, Abu Marzuq expressou sua "grande valorização destes países pela solidariedade mostrada com o povo palestino".
"Quero aproveitar a ocasião para dirigir nosso agradecimento aos povos e governos de Brasil, Equador, Chile, Peru e El Salvador", disse.
Estes países chamaram seus embaixadores em Israel para consultas nas últimas duas semanas em protesto pelos "bombardeios indiscriminados e o não respeito ao direito internacional humanitário", como apontaram os diferentes governos.
A reação de Israel não demorou, e o governo de Netanyahu mostrou sua "profunda decepção" por esta decisão, que considerou "um respaldo à organização terrorista Hamas".
Quanto à postura da comunidade internacional, o dirigente do Hamas ressaltou que de modo geral foi favorável aos palestinos, porque condenaram as operações israelenses.
As críticas foram dirigidas aos Estados Unidos, a quem acusou de ter "sempre uma posição parcial a favor de Israel".
"Nossas crianças e mulheres são assassinadas com armas americanas", denunciou.
Abu Marzuq também considerou que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se precipitou ao acusar o Hamas esta semana de romper a trégua.
"Ele se apressou muito antes de se informar dos fatos e se comportou como um funcionário do Departamento de Estado americano", lamentou.
Mais de 1.700 palestinos morreram e cerca nove mil ficaram feridos desde o início da operação Limite Protetor, em 8 de julho.
Nenhum dos esforços mediadores e dos anúncios de trégua teve sucesso até o momento, embora hoje haja mais uma tentativa no Cairo, onde haverá uma reunião entre mediadores egípcios e uma delegação unificada das diferentes facções palestinas.