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Hamas acusa Abbas de bloquear governo de transição

Movimento islâmico acredita que candidatura de Salam Fayyad como primeiro-ministro atravanca formação do governo

Mahmoud Abbas, presidente palestino: Hamas quer acordo entre as duas partes (Getty Images)

Mahmoud Abbas, presidente palestino: Hamas quer acordo entre as duas partes (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 12h49.

Gaza - O movimento islâmico Hamas acusou nesta segunda-feira o presidente do Fatah e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de bloquear a formação do novo Governo de transição por insistir na candidatura de Salam Fayyad como primeiro-ministro.

Yousef Raza, assessor do primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniyeh, disse nesta segunda-feira que o novo Governo deve ser formado sobre "o entendimento e acordo (entre as duas partes)" e que o Hamas "não aceitará a imposição de condições ou agendas".

Segundo Raza, Abbas quer que o atual chefe do Governo de Ramala - Fayyad - assuma como primeiro-ministro do próximo Executivo, o que vetaria o novo Governo de união nacional.

Em maio os dois movimentos palestinos chegaram a um acordo para a formação de um Governo de transição para os dois territórios, cujo principal objetivo é convocar eleições no prazo de um ano.

As negociações avançaram até as partes começarem a decidir quem deveria ser o primeiro-ministro e ficaram estagnadas desde então.

Abbas deseja que Fayyad lidere o novo Executivo para eludir pressões internacionais e um possível boicote, já que o Hamas continua sem aceitar as condições impostas pelo Quarteto de Madri em 2006, quando ganhou as últimas eleições legislativas.

As condições englobam a aceitação dos acordos de paz assinados até agora, o reconhecimento de Israel e o abandono da luta armada.

Para Raza, Fayyad "tem um programa específico e uma agenda que quer aplicar", o que é inaceitável para o Hamas.

Além disso, ressaltou que o movimento não aceitará nenhum dos ministros que integram o atual Governo da ANP, que tem sua sede em Ramala, e que o novo Executivo deverá ser constituído por tecnocratas independentes, como o estipula o acordo de reconciliação.

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