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Hague defende intervenção do governo no "The Guardian"

Ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, defendeu atuação do governo, que entrou em contato com o "The Guardian" sobre documentos de Snowden


	Cópias do jornal "The Guardian": governo entrou em contato com jornal sobre as consequências de revelar mais dados das operações de espionagem
 (Suzanne Plunkett/Reuters/Reuters)

Cópias do jornal "The Guardian": governo entrou em contato com jornal sobre as consequências de revelar mais dados das operações de espionagem (Suzanne Plunkett/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 10h58.

Londres - O ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, defendeu nesta quarta-feira a atuação do Executivo britânico após ser revelado que Downing Street (sede do governo britânico) entrou em contato com o jornal "The Guardian" sobre os documentos que o jornal detinha de Edward Snowen.

"O governo tem claramente uma responsabilidade, quando retém informação de forma insegura que pode ser prejudicial para a segurança nacional, de tentar garantir que (essa informação) seja recuperada ou destruída", disse o chefe da diplomacia britânica.

Hoje foi divulgado que Cameron deu ordens ao funcionário Jeremy Heywood para que entrasse em contato com "The Guardian" e lhe transmitisse as consequências de revelar mais dados das operações de espionagem dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Após as conversas, o diretor do "Guardian", Alan Rusbridger, decidiu permitir o que considerou um dos incidentes mais estranhos da história do veículo: permitir que analistas do centro de escutas britânico GCHQ supervisionassem a destruição, há um mês, do disco rígido de um laptop que continha material confidencial entregue por Snowden.

Segundo Rusbidger, que havia copiado o conteúdo dos discos antes, a alternativa era enfrentar uma ação legal.

As revelações vêm à tona depois da controversa detenção no domingo passado de David Miranda, namorado do jornalista de "The Guardian" Glenn Greenwald que revelou as denúncias do ex-agente da CIA e da NSA Snowden, asilado na Rússia após divulgar a espionagem em massa global dos EUA.

Miranda foi retido, em virtude da legislação antiterrorista britânica, durante nove horas quando fazia escala em Londres, procedente de Berlim, a caminho do Rio de Janeiro, onde vive com Greenwald, e teve todos os seus aparelhos eletrônicos confiscados.

O presidente do comitê parlamentar do Interior, Keith Vaz, pediu hoje a Cameron que compareça ao Parlamento na volta de suas férias para dar explicações sobre este caso.


Esse deputado trabalhista pediu ao chefe do Executivo para fazer uma "declaração completa" no mesmo dia em que retornar de suas férias de verão em Cornualha (sudoeste da Inglaterra).

As ações de Heywood ao ligar para o "Guardian", em um caso que gerou conflito com o Brasil e queixas de políticos e jornalistas, "não têm precedentes e mostram que esse assunto chegou aos níveis mais altos do governo", segundo Vaz.

"Embora me surpreenda muito esta revelação, explica por que Downing Street, a Casa Branca e o Ministério do Interior foram informados antecipadamente sobre a detenção de Miranda", disse Vaz, com relação à admissão feita pela titular de Interior, Theresa May, de que o governo estava informado dos planos policiais de prender Miranda.

Scotland Yard defendeu o tempo todo sua aplicação da legislação antiterrorista no caso.

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