Ativistas do Femen protestam em Kiev: o grupo de feministas é conhecido desde 2010 por suas ações "topless" para denunciar o sexismo, a homofobia, a prostituição e a religião (Sergei Supinsky/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 11h36.
Túnis - Hackers islamitas tomaram o controle na noite de quarta-feira da página do Facebook do grupo feminista Femen-Tunísia após a divulgação de fotos de duas jovens tunisianas com os seios à mostra.
"Graças a Deus hackeamos esta página imoral e o melhor ainda está por vir", indicou o hacker, que assina como "al-Aangur".
"A página foi hackeada e, se Deus quiser, estas sujeiras desaparecerão da Tunísia", acrescentou.
O hacker substituiu nesta página as fotos de diversas ações com seios à mostra do Femen em todo o mundo por vídeos de suras do Alcorão, imagens que ilustram a profissão de fé do islã (www.facebook.com/pages/FEMEN-Tunisia/205115066235414).
O Femen, um grupo de feministas ucranianas que agora está instalado em Paris e que foi imitado em vários países do mundo, é conhecido desde 2010 por suas ações "topless" para denunciar o sexismo, a homofobia, a prostituição e a religião.
Duas jovens tunisianas divulgaram nos últimos dias na internet fotos delas com os seios à mostra, depois de terem escrito sobre seus seios em letras pretas e em árabe "Meu corpo me pertence, não representa a honra de ninguém".
Há duas semanas ocorrem especulações na imprensa tunisiana sobre uma ação das feministas ucranianas e francesas na Tunísia, onde o atentado contra o pudor pode ser castigado com seis meses de prisão.
Desde a década de 1950, as mulheres tunisianas têm os direitos mais avançados no mundo árabe, mas persistem muitas desigualdades, sobretudo em matéria de herança.