Merkel, por sua vez, afirmou que a Alemanha tem realizado "notáveis esforços" para enfrentar o "desafio terrorista" (Hannibal Hanschke/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 16h17.
Berlim - O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, informou nesta quinta-feira que há "grandes chances" de o tunisiano Anis Amri ser o autor do atentado que matou 12 pessoas em Berlim na segunda-feira.
Devido às provas encontradas no caminhão que atropelou dezenas de pessoas em uma feira natalina na capital do país, entre elas as impressões digitais de Amri, De Maizière disse em entrevista coletiva conjunta ao lado da chanceler Angela Merkel que acredita em uma "rápida detenção" do suspeito.
Merkel, por sua vez, afirmou, após visitar o Escritório Federal de Investigação Criminal, que a Alemanha tem realizado "notáveis esforços" para enfrentar o "desafio terrorista".
Além disso, destacou o apoio que está recebendo de outros países que lidaram com o mesmo problema de atentados no passado.
No entanto, Merkel reconheceu a dureza de enfrentar o primeiro grande ataque jihadista na Alemanha, apesar do governo saber, na teoria, que o país estava "na mira do terrorismo islâmico".
"Os valores da democracia e do estado de direito estão no nosso lado", disse a chanceler, que se mostrou "orgulhosa" com a serenidade da reação de grande parte da população e defendeu a necessidade de manter uma sociedade aberta e livre.
Tanto De Mazière como o ministro da Justiça, Heiko Maas, deixaram claro que a prioridade agora é encontrar o suspeito. As lições que estão sendo apreendidas com o caso serão revisadas no futuro.
A Procuradoria Federal da Alemanha emitiu ontem uma ordem de prisão contra Amri em nível europeu.
O tunisiano já era vigiado pelas forças de segurança, tinha vínculos com círculos islamitas e não foi expulso do país por falta de documentos necessários.
O próprio De Maizière tinha antecipado ontem que Amri era suspeito de envolvimento no atentado porque os agentes encontraram na cabine do caminhão usado no ataque documentos ligados a ele.
No entanto, o ministro ressaltou que isso não significava que o tunisiano era o autor da ação.
A história de Amri, incluído nas bases de dados das forças antiterroristas e que escapou do radar das autoridades alemãs, abriu um debate sobre possíveis erros na fiscalização de pessoas potencialmente perigosas.
As autoridades de Berlim tinham vigiado o tunisiano entre março e setembro, temendo que ele pretendesse cometer um roubo para comprar armas automáticas e posteriormente cometer um atentado, mas os agentes não encontraram provas que sustentassem as acusações.