Aids: hoje, o diagnóstico da Aids não representa mais uma sentença de morte, por conta dos tratamentos atuais (Ajay Verma / Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2016 às 19h50.
Há 35 anos, o boletim do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos relatava os primeiros casos de Aids, doença que ainda era misteriosa e sem nome.
Desde então, a enfermidade já deixou mais de 34 milhões de mortos, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O artigo, publicado em 5 de junho de 1981 no Boletim de Mortalidade do CDC e depois veiculado em diversos meios de comunicação, descreve o caso de cinco jovens homossexuais da Califórnia, todos internados com pneumonia do tipo Pneumocystis carinii (PCP). Dois deles já haviam morrido quando o relatório foi divulgado.
Todos eles, homens entre 29 e 36 anos, eram saudáveis antes de serem acometidos pela doença. Muito rara, a PCP geralmente atinge pacientes com o sistema imunológico comprometido, o que começou a chamar a atenção dos médicos.
Com o passar do tempo, novos casos foram registrados, não somente de PCP, mas também de um tipo raro de câncer, o sarcoma de Kaposi, também em jovens gays. Na ocasião, foi criada uma força-tarefa para combater as infecções oportunistas.
James Curran, que estava no comando da equipe, disse que muitos especialistas acreditavam que a epidemia havia sido causada por um novo vírus, “mas muitos outros não e eles estavam convencidos de que era uma sobrecarga do sistema imunológico”.
Muitas das pessoas afetadas pela síndrome tinham um estilo de vida boêmio e considerado pouco saudável.
“No começo, não achávamos que o sangue fosse um fator, mas depois apareceram os primeiros casos de pessoas com hemofilia que não eram homossexuais e de usuários de drogas injetáveis”, lembrou.
Hoje, o diagnóstico da Aids não representa mais uma sentença de morte, por conta dos tratamentos atuais. Segundo a OMS, em 2014, 1,2 milhão de pessoas morreram em decorrência da Aids em todo o mundo.