Lovelock ficou famoso ao propôr a hipótese de Gaia, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada um gigantesco superorganismo (Wikimedia Commons)
Vanessa Barbosa
Publicado em 23 de abril de 2012 às 16h06.
São Paulo – Aos 92 anos, James Lovelock, um dos cientistas pensadores mais influentes em meio ambiente – e um dos mais apocalípticos sobre os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global – está revendo suas ideias. Em entrevista ao site MSNBC, ele admitiu ter sido “alarmista” em suas previsões.
Famoso por propôr a hipótese de Gaia, também conhecida como hipótese biogeoquímica, segundo a qual a Terra é viva e pode ser considerada como um gigantesco superorganismo, o britânico prepara um novo livro onde confessa que as mudanças climáticas estão, sim, em curso, mas de forma muito mais lenta do que previa no passado.
“Extrapolei, fui longe demais”, diz o cientista, para quem o clima está realizando truques habituais. “Não há nada realmente acontecendo ainda. Nós deveríamos estar a meio caminho em direção a um mundo em estado de 'fritamento' agora", disse ele.
De acordo com a reportagem, em sua nova obra, prevista para ser lançada em 2013, Lovelock vai abordar possíveis caminhos para humanidade agir a fim de ajudar a regular os sistemas naturais da Terra.
A publicação será a terceira de uma trilogia que conta com a “Vingança de Gaia”, sobre como o planeta está se tornando hostil aos seres humanos e como poderíamos sobreviver, e "Gaia: Alerta Final”.
Na entrevista, Lovelock também apontou Al Gore com seu documentário "Uma Verdade Inconveniente" e Tim Flannery , autor do livro "Os gestores de tempo" como outros exemplos de pensadores "alarmistas" em suas previsões do futuro.