As constelações têm fascinado a humanidade desde os tempos antigos, servindo como mapas celestes para navegadores, indicadores sazonais e até mesmo símbolos de mitos e lendas. Elas são agrupamentos de estrelas que, vistas da Terra, formam figuras ou padrões no céu.
A origem e a história dessas formações celestes remontam às civilizações antigas, que usavam essas constelações para guiar suas atividades cotidianas e suas crenças espirituais.
Saiba mais sobre como as elas nasceram, o número de constelações já conhecidas pelo ser humano e a relação destas com os signos do zodíaco.
Como nasce uma constelação?
Uma constelação não é uma estrutura física no espaço, mas sim uma forma de organização das estrelas. As estrelas que formam uma constelação estão, na maioria das vezes, a distâncias muito diferentes umas das outras e não têm nenhuma relação física entre si. O que as conecta é a nossa perspectiva da Terra, que cria padrões ou figuras no céu.
Esses agrupamentos foram criados pelos antigos astrônomos e povos de várias culturas, que imaginavam figuras mitológicas ou animais com base nas estrelas que viam no céu.
Portanto, as constelações nascem da observação humana do céu, sendo um fenômeno cultural e histórico, e não astronômico no sentido físico. Elas surgiram à medida que as civilizações começaram a mapear o céu, associando os padrões de estrelas a mitos, lendas e eventos naturais.
Quantas constelações existem no mundo?
Hoje, a União Astronômica Internacional (IAU) reconhece oficialmente 88 constelações. Elas estão distribuídas por todo o céu e são usadas para ajudar a localizar estrelas e outros objetos celestes. Algumas das mais conhecidas e importantes incluem:
- Orion: Uma das constelações mais fáceis de identificar, conhecida por suas três estrelas alinhadas, chamadas de Cinturão de Orion. É formada por estrelas muito brilhantes como Betelgeuse.
- Ursa Maior: Famosa por sua forma que se assemelha a uma grande carruagem e por conter a Estrela Polar, usada como guia no hemisfério norte.
- Cassiopeia: Na mitologia grega, a Cassiopeia era uma rainha etíope que comparara sua beleza à beleza das Nereidas e, por isso, fora castigada.
- Cruzeiro do Sul: Importante para a navegação no hemisfério sul, é uma das constelações mais conhecidas nesse hemisfério.
Essas constelações e muitas outras têm grande importância na astronomia e também na cultura humana, sendo frequentemente mencionadas em mitos, religiões e arte ao longo da história.
Classificação das constelações
As constelações podem ser classificadas de diferentes formas, mas a mais comum e aceita pela comunidade científica é a divisão em constelações do hemisfério norte e do hemisfério sul, dependendo de sua localização no céu. Veja:
- Boreais: São as que ficam no hemisfério celeste norte, como a Ursa Maior, Cassiopeia e Andrômeda;
- Austrais: São localizadas no hemisfério celeste sul, tais como Centauro e Pavão;
- Zodiacais: Localizadas ao longo da eclíptica do Sol: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes;
- Equatoriais: São as dispostas sobre o equador celeste como o Cão menor, Cão Maior e Águia.
Elas também são agrupadas conforme sua visibilidade durante as estações do ano, sendo divididas em constelações estacionais (que são mais visíveis durante uma estação específica) e constelações circumpolares (que podem ser vistas o ano inteiro, dependendo da localização).
Além disso, as constelações podem ser associadas a áreas específicas do céu, com algumas delas se destacando por sua relação com constelações zodiacais ou por sua utilidade para a navegação.
Qual a relação das constelações e dos signos do zodíaco?
A trajetória aparente do Sol em relação à Terra — chamada de movimento de translação — foi dividida em doze segmentos iguais pelos astrônomos da Babilônia, entre 1000 a.C. e 500 a.C., com cada um deles correspondendo a aproximadamente 30 dias. Esses segmentos foram associados a signos, marcando a criação do primeiro sistema de coordenadas celestes.
Durante a elaboração do zodíaco, os astrônomos babilônios optaram por não alinhar as divisões com os limites exatos das constelações, visando manter a homogeneidade dos meses. Além disso, a constelação de Ophiuchus, também conhecida como a serpente, foi deliberadamente excluída do zodíaco.
Se fossem considerados agrupamentos estelares menores, o número de constelações zodiacais poderia chegar a 21. Adicionalmente, a órbita da Terra em relação ao Sol sofreu alterações desde a definição do zodíaco, resultando em diferenças entre as constelações visíveis hoje e aquelas observadas na época.
A astrologia moderna atribui significados aos signos com base na data de nascimento, relacionando a posição dos astros às características individuais. Ao todo, definidos 12, que são:
- Áries
- Touro
- Gêmeos
- Câncer
- Leão
- Virgem
- Libra
- Escorpião
- Sagitário
- Capricórnio
- Aquário
- Peixes
Cada um corresponde a uma constelação que fica visível no céu em um determinado período do ano, associando-se ao movimento do Sol. A astrologia, por sua vez, usa a posição dessas constelações no céu para fazer previsões sobre a personalidade e o destino das pessoas.
No entanto, vale ressaltar que a posição das constelações e os signos do zodíaco não coincidem mais devido à precessão dos equinócios, o que significa que a astrologia moderna é baseada em posições históricas das constelações, e não nas posições reais delas no céu.
Por que você deve saber disso?
Compreender a origem e o significado das constelações oferece uma visão mais profunda sobre a nossa história e as diversas formas como os seres humanos tentaram entender o mundo ao seu redor. Além disso, o estudo das constelações é essencial não apenas para a astronomia, mas também para áreas como a navegação, a mitologia e até mesmo a cultura pop.
Hoje, as constelações continuam a ser um ponto de fascínio, e entender sua origem e classificação pode ser uma maneira de conectar o passado com o presente e despertar a curiosidade sobre o céu que nos rodeia. Ao olhar para as estrelas, você está, de certa forma, vendo um pedaço da história da humanidade.