A fronteira entre Israel/Palestina é uma das mais disputadas do mundo (JUNG YEON-JE/AFP)
Publicado em 10 de março de 2025 às 18h08.
As fronteiras são linhas imaginárias que delimitam a extensão territorial de países e regiões, estabelecendo limites de soberania e jurisdição. Elas podem ser definidas por acidentes geográficos, como rios e montanhas, ou por acordos políticos e históricos, e existem para organizar o espaço geográfico, definir identidades nacionais e regular relações políticas e econômicas entre nações.
No entanto, nem todas as fronteiras são pacíficas. Em diversas partes do mundo, disputas territoriais acirradas persistem, influenciando a geopolítica global e, muitas vezes, resultando em conflitos armados. A seguir, destacam-se oito das fronteiras mais disputadas atualmente, segundo o site Britannica:
Este arquipélago desabitado no Mar da China Oriental é conhecido como Ilhas Senkaku no Japão e Ilhas Diaoyu na China. Além de um período de administração dos Estados Unidos de 1945 a 1972, o arquipélago é controlado pelo Japão desde 1895. A disputa intensificou-se devido ao potencial de recursos naturais na área e à importância estratégica das ilhas.
As Ilhas Curilas, situadas entre a Península de Kamchatka e a ilha japonesa de Hokkaido, são administradas pela Rússia desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas são reivindicadas pelo Japão. A disputa territorial impede a assinatura de um tratado de paz formal entre os dois países.
A península coreana está dividida desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estabelecidas em 1948. A Guerra da Coreia (1950-1953) culminou em um armistício, mas não em um tratado de paz, deixando a fronteira, conhecida como Zona Desmilitarizada (DMZ), como uma das mais militarizadas do mundo.
Os saarauis, povo nativo do Saara Ocidental, buscam a autonomia em relação ao Marrocos desde os anos 70. A Frente Polisário, organização que os representa, alternou entre conflitos armados e disposição para negociações.
Em 1991, um acordo de paz mediado pela ONU propôs um referendo para os saarauis decidirem entre a independência, sob a liderança da Frente Polisário, e a integração ao Marrocos.
No entanto, o acordo foi comprometido pela transferência de colonos marroquinos para o território, visando influenciar o resultado do referendo, o que levou a Frente Polisário a retomar a luta armada. Apesar dos obstáculos, a possibilidade de uma solução pacífica permanece em aberto.
Diversas nações, como Reino Unido, França e Argentina, já expressaram interesse em territórios da Antártida, mas tais reivindicações perderam validade com a assinatura do Tratado da Antártida em 1959.
Esse acordo internacional impede que qualquer país reivindique soberania sobre partes do continente gelado, determinando que a Antártida seja destinada exclusivamente a atividades pacíficas e livre de conflitos internacionais, visando o bem da humanidade.
Contudo, a descoberta de recursos naturais valiosos na região pode reacender o interesse dos países em reivindicar territórios antárticos, segundo alguns especialistas. Até o momento, não há indícios de um movimento separatista organizado pelos pinguins.
O conflito entre israelenses e palestinos envolve disputas territoriais complexas, especialmente em relação às fronteiras estabelecidas após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Questões sobre a soberania de Jerusalém e a definição de um Estado palestino independente permanecem sem solução.
A Somalilândia declarou independência da Somália em 1991, após a queda do regime de Siad Barre. Apesar de possuir um governo estável e instituições próprias, sua independência não é reconhecida internacionalmente, e a região é considerada parte integrante da Somália.
Taiwan, oficialmente conhecida como República da China (ROC), é uma ilha que se autogoverna desde 1949, após a guerra civil chinesa. A República Popular da China (RPC) considera Taiwan uma província rebelde e busca a reunificação, enquanto Taiwan mantém um governo independente e democrático. A disputa sobre o status de Taiwan é uma das questões mais sensíveis nas relações internacionais contemporâneas.
Compreender as disputas fronteiriças globais é fundamental para analisar a geopolítica contemporânea e seus impactos econômicos e sociais. Esses conflitos podem afetar mercados internacionais, fluxos migratórios e a estabilidade regional, influenciando diretamente a vida de milhões de pessoas.
Além disso, o conhecimento sobre essas questões promove uma visão crítica e informada sobre as relações internacionais e os desafios da diplomacia moderna.