Sucesso na HBO, a série Game of Thrones foi inspirada em um conflito real que aconteceu no século XV (HBO/Reprodução)
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 17h39.
A série Game of Thrones, baseada na obra "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George R.R. Martin, estreou em 2011 e rapidamente se tornou um fenômeno cultural. Ao longo de suas oito temporadas, a produção da HBO acumulou diversos prêmios, incluindo múltiplos Emmy Awards.
A trama central gira em torno da disputa pelo Trono de Ferro no continente fictício de Westeros, envolvendo intrigas políticas, batalhas épicas e uma complexa teia de personagens. Martin inspirou-se na Guerra das Rosas, um conflito dinástico que ocorreu na Inglaterra durante o século XV, para criar o enredo cheio de reviravoltas e alianças inesperadas .
Conheça mais sobre esse conflito e veja quais são as semelhanças entre a ficção e realidade.
A Guerra das Rosas foi uma série de conflitos dinásticos que ocorreram na Inglaterra entre 1455 e 1487, envolvendo duas poderosas famílias nobres: York (rosa branca) e Lancaster (rosa vermelha). Ambas faziam parte da dinastia Plantageneta e disputavam o trono inglês, segundo o site Britannica.
O conflito teve origem décadas antes, quando o rei Eduardo III (1312-1377) morreu e deixou uma sucessão conturbada. Seu neto, Ricardo II, assumiu o trono ainda criança, gerando descontentamento entre os nobres.
Em 1399, Ricardo II foi deposto por seu primo, Henrique IV, iniciando o governo da Casa Lancaster. Os descendentes da Casa de York nunca aceitaram essa mudança, o que alimentou tensões que culminaram na Guerra das Rosas.
A guerra foi marcada por batalhas sangrentas, traições e alianças instáveis entre nobres e reis. Um dos momentos mais críticos ocorreu quando Eduardo IV, da Casa de York, tomou o trono de Henrique VI, mas sua morte levou a um novo conflito, resultando na ascensão de Ricardo III. Ele, por sua vez, foi derrotado por Henrique Tudor (Henrique VII) na Batalha de Bosworth Field (1485), evento que encerrou o conflito e deu início à dinastia Tudor.
Henrique VII consolidou seu poder ao se casar com Elizabeth de York, unindo as duas famílias e encerrando a disputa. Esse casamento simbolizou a reconciliação entre os grupos e estabeleceu uma monarquia mais estável na Inglaterra.
O conflito recebeu esse nome porque os emblemas das duas famílias rivais eram representados por rosas de cores diferentes:
O termo "Guerra das Rosas" só passou a ser amplamente usado séculos depois do conflito, popularizado por historiadores e escritores, especialmente após a peça Henrique VI, de William Shakespeare. Durante o período da guerra (1455-1487), os ingleses não usavam esse nome para se referir à disputa. O título reforça a ideia de uma rivalidade entre as duas casas, que lutaram pelo controle do trono da Inglaterra em uma guerra marcada por batalhas, traições e alianças instáveis.
A unificação das duas casas ocorreu quando Henrique VII (Tudor), da Casa Lancaster, casou-se com Elizabeth de York, criando um novo símbolo: a Rosa Tudor, que combinava elementos das duas rosas e simbolizava a paz e a união entre as famílias.
A narrativa de Game of Thrones trouxe diversas semelhanças com o conflito real. Veja algumas delas:
Compreender as raízes históricas de Game of Thrones enriquece a experiência de fãs e estudiosos, oferecendo uma perspectiva mais profunda sobre os temas abordados na série. A interseção entre ficção e realidade destaca como eventos históricos podem influenciar e moldar narrativas contemporâneas, refletindo as complexidades da natureza humana e das estruturas de poder .