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Guerra na Ucrânia dominará pauta de reunião de ministros das Finanças do G20

A reunião de dois dias será realizada na ilha de Bali, às sombras da guerra, uma semana depois que os ministros das Relações Exteriores do G20 confrontaram o diplomata-chefe russo, que abandonou as negociações

G20: A Indonésia, que preside o G20 e segue uma política exterior neutra, evita excluir a Rússia do fórum, apesar da pressão ocidental (AFP/AFP)

G20: A Indonésia, que preside o G20 e segue uma política exterior neutra, evita excluir a Rússia do fórum, apesar da pressão ocidental (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 15 de julho de 2022 às 06h43.

Última atualização em 15 de julho de 2022 às 07h17.

Ministros das Finanças e chefes de bancos centrais do Grupo dos 20 (G20) se reunirão na Indonésia nesta sexta-feira, 15, para discutir o impacto global da invasão da Ucrânia pela Rússia, que atingiu os mercados e desencadeou a inflação.

A reunião de dois dias será realizada na ilha de Bali, às sombras da guerra, uma semana depois que os ministros das Relações Exteriores do G20 confrontaram o diplomata-chefe russo, que abandonou as negociações.

Figuras financeiras globais de alto escalão, como a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, discutirão a recuperação da pandemia de coronavírus. Mas o impacto da guerra na Ucrânia, que ameaça uma frágil recuperação global, será o principal item da agenda.

Yellen deu o tom nesta quinta-feira ao chamar a guerra da Rússia na Ucrânia de "o maior desafio" para a economia mundial e dizendo que membros do governo de Vladimir Putin não têm lugar nas negociações. Ela Indicou que "os efeitos negativos da guerra estão sendo registrados em todos os cantos do mundo, especialmente em relação ao aumento dos preços da energia e à crescente insegurança alimentar".

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Yellen deve pressionar seus aliados do G20 para limitar o preço do petróleo russo para sufocar os cofres do presidente russo e pressionar Moscou a acabar com a invasão reduzindo os custos de energia.

As conversas também vão expor possíveis desacordos entre as principais economias do mundo sobre a ofensiva unilateral da Rússia, embora o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tenha ficado isolado na semana passada.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, participará virtualmente da reunião ministerial, disseram autoridades, enquanto seu colega ucraniano, Serhiy Marchenko, se dirigirá aos colegas virtualmente no início da reunião de sexta-feira.

É improvável que haja uma declaração final quando a reunião terminar no sábado, devido a divergências sobre o papel da Rússia em causar problemas econômicos mundiais.

A Indonésia, que preside o G20 e segue uma política exterior neutra, evita excluir a Rússia do fórum, apesar da pressão ocidental.

Os ministros de Itália e Canadá estarão presentes em Bali, mas o titular chinês da pasta de Finanças, Liu Kun, irá intervir de forma virtual, segundo a imprensa estatal indonésia, assim como o novo ministro britânico, Nadhim Zahawi.

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, estará presente, após alertar na quarta-feira que as perspectivas econômicas globais "foram significativamente obscurecidas" pela invasão russa.

Da mesma forma, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, intervirá virtualmente, enquanto o presidente do Banco Mundial, David Malpass, não participará.

O encontro é um prelúdio da cúpula que os líderes do G20 realizarão na ilha indonésia em novembro, que deve focar na recuperação econômica após a pandemia de covid-19.

Mas o foco mudou após a invasão russa, que bloqueou os portos da Ucrânia, um dos principais produtores mundiais de alimentos.

Espera-se que os ministros das Finanças discutam como aliviar o impacto da escassez de oferta induzida pela guerra nos países pobres.

Outros assuntos em pauta são a inclusão financeira digital, com mais de um bilhão de pessoas no mundo sem acesso a uma conta bancária, bem como o prazo para reformar as regras de um imposto internacional.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentará aos ministros uma atualização sobre as mudanças no imposto internacional que estabelecerá uma taxa corporativa global mínima de 15% até 2024, um ano depois do planejado originalmente. O prazo para aprovar leis que incorporam as novas regras foi definido para meados de 2023, disse a OCDE.

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