Conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan (Kevin Dietsch/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 15 de outubro de 2023 às 15h09.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse à CNN neste domingo, 15, que autoridades israelenses informaram ter ligado o fornecimento de água no sul de Gaza, mas porta-vozes da Organização das Nações Unidas (ONU) reportam que em abrigos montados pela organização em Gaza ainda não há abastecimento.
O ministro da Energia e Água de Israel, Israel Katz, disse em comunicado que a água foi restaurada em um "ponto específico" de Gaza, sem fornecer mais detalhes. Agentes de ajuda humanitária em Gaza disseram que não tinham visto provas de que a água tinha voltado, enquanto um porta-voz do governo de Gaza disse que a água ainda não estava religada.
Nos últimos dias, Israel cortou o fluxo de alimentos, medicamentos, água e eletricidade para Gaza, promoveu ataques aéreos a bairros da área e ordenou a aproximadamente 1 milhão de residentes do norte da faixa que fugissem para o sul, antes de um planejado ataque terrestre. O Ministério da Saúde de Gaza disse que mais de 2,3 mil palestinos foram mortos desde o fim de semana passado.
"A diferença desta escalada é que não recebemos ajuda médica vinda de fora, a fronteira está fechada, a eletricidade está desligada e isso constitui grande perigo para os nossos pacientes", disse o médico Mohammed Qandeel, que trabalha no Hospital Nasser, na área sul de Khan Younis.
O chefe da pediatria do Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, Hussam Abu Safiya, disse que não havia condições de realocar pacientes com segurança nem deixar o hospital, caso contrário sete recém-nascidos da unidade de terapia intensiva morreriam. "Não evacuaremos o hospital, mesmo que isso nos custe a vida", afirmou Safiya.
Cerca de meio milhão de residentes de Gaza refugiaram-se em abrigos da ONU e estão ficando sem água, segundo a porta-voz da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), Juliette Touma. Segundo Touma, 250 mil pessoas mudaram-se para abrigos em Gaza nas últimas 24 horas, a maior parte deles são de escolas da ONU onde a água potável acabou.