A diplomacia brasileira só classifica um grupo como tal se houver aprovação das Nações Unidas (Samuel Corum / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 10 de outubro de 2023 às 08h10.
Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 13h29.
O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou esperar que o Brasil, como presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), lidere uma dura condenação internacional contra o Hamas. O grupo terrorista palestino surpreendeu o mundo, ao atacar o sul de Israel, na manhã do último sábado, com foguetes, bombardeios e assassinatos e sequestros de civis.
"O Brasil é um país importante na arena internacional. Esperamos que o Brasil lidere uma condenação muito forte contra as ações terroristas do Hamas, para que ninguém mais pense em fazer isso", disse o embaixador, em entrevista ao GLOBO.
Zonshine afirmou que, se dependesse de Israel, o Brasil passaria a considerar o Hamas como terrorista, como fazem outros países, como os Estados Unidos e o Canadá. A diplomacia brasileira só classifica um grupo como tal se houver aprovação das Nações Unidas.
"Pedimos ao governo brasileiro para olhar na realidade e definir organização com realmente terrorista. E também que entenda que temos o direito de nos defender".
O diplomata esclareceu que o governo de Israel está ciente que o Hamas não é a Autoridade Palestina, com a qual tem relação de cooperação de recebe ajuda financeira dos israelenses. Esse disse esperar que o governo palestino não apoie o Hamas.
Daniel Zonshine também ressaltou que as autoridades israelenses estão em contato direto com o governo brasileiro, para facilitar a repatriação de brasileiros que querem retornar ao Brasil. Lembrou que, nesta terça-feira, sairá o primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) do aeroporto de Tel Aviv.
"Esperamos que a saída de brasileiros que queiram voltar ao Brasil ocorra o mais rápido possível", afirmou.
O grupo terrorista Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.
Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.
Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.
Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.
LEIA TAMBÉM: