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Guerra em Gaza completa um ano

Durante o conflito, o mais longo, sangrento e destrutivo, 2.251 palestinos foram assassinados, dos quais 551 eram crianças


	Durante o conflito, 2.251 palestinos foram assassinados, dos quais 551 eram crianças
 (REUTERS/Mohammed Salem)

Durante o conflito, 2.251 palestinos foram assassinados, dos quais 551 eram crianças (REUTERS/Mohammed Salem)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2015 às 10h36.

Há um ano, uma nova guerra explodia na Faixa de Gaza, a terceira em seis anos. Durante o conflito, o mais longo, sangrento e destrutivo, 2.251 palestinos foram assassinados, dos quais 551 eram crianças.

Houve mais de 10.000 feridos e 100.000 terminaram nas ruas. Do lado israelense, 73 pessoas foram assassinadas, das quais 67 eram soldados.

No dia 12 de junho de 2014 três jovens israelenses foram sequestrados e assassinados perto de uma colônia da Cisjordânia.

Em 2 de julho, três extremistas israelenses queimaram vivo um adolescente palestino de Jerusalém Oriental.

A espiral de violência se apoderou da Faixa de Gaza, a partir da qual eram lançados foguetes e onde Israel realizava incursões aéreas.

A escalada alcançou seu ápice na noite de 7 de julho. À meia-noite, Israel lançou oficialmente sua operação "Margen Protector" com o objetivo de acabar com os lançamentos e expulsar dos túneis os grupos armados.

No dia 17 de julho, o Estado hebreu introduziu suas tropas em terra.

Em 5 de agosto, as retirou e garantiu que todos os túneis localizados foram destruídos, mas ainda há "muitas outras missões a serem finalizadas".

O bombardeio aéreo e a partir do mar prosseguiu até o cessar-fogo alcançado em 26 de agosto no Cairo (Egito).

Crimes de guerra

Os beligerantes se acusaram mutuamente de crimes de guerra. Os palestinos buscaram inclusive o Tribunal Penal Internacional para perseguir os responsáveis israelenses pela guerra de Gaza.

No dia 22 de junho, a comissão de investigação da ONU sobre o conflito em Gaza concluiu que existiram possíveis crimes de guerra por parte de Israel e de grupos palestinos armados.

Antes disso, várias ONGs em defesa dos Direitos Humanos acusaram Israel de crimes de guerra por ter utilizado uma força indiscriminada contra os civis e edifícios de civis, às vezes da ONU. Acusaram igualmente o movimento islamita Hamas de ter aproveitado a guerra para executar opositores.

No dia 3 de julho, o Conselho de Direitos Humanos da ONU apelou, com esmagadora maioria, para julgar todos os responsáveis pelos crimes de guerra cometidos durante o conflito. O TPI se encontra em fase de análise preliminar para determinar se há material para investigar.

Um ano depois

Vários foguetes foram lançados de Gaza a Israel e os movimentos armados palestinos disseram ter estabilizado os túneis que representaram sua maior vantagem durante a guerra. Através deles provocaram as maiores perdas a Israel desde 2006 e sua guerra contra o Hezbollah libanês.

Ainda que as duas partes se preparem para a batalha, "nem Israel, nem o Hamas querem agora uma nova guerra", explicou o cientista político de Gaza Mukhaimer Abu Saada.

Ao que parece estariam em meio a negociações, de acordo com fontes do Hamas e das autoridades israelenses. Garantiram que as duas partes trocam ideias sobre uma eventual trégua de longa duração em Gaza em troca de um levantamento ou de uma flexibilidade do bloqueio.

Durante as negociações do cessar-fogo, os palestinos exigiram a obtenção de um porto, a renovação do aeroporto de Gaza e o fim do bloqueio.

Mas não conseguiram nada sobre nenhuma destas questões, que deverão ser rediscutidas após o fim dos combates.

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