Ainda há vários outros brasileiros desaparecidos (MOHAMMED ABED/AFP)
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2023 às 07h34.
Última atualização em 10 de outubro de 2023 às 13h34.
O Itamaraty confirmou, na manhã desta terça-feira, 10, a morte do primeiro brasileiro nos bombardeios entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza. Segundo informações d'O Globo,
Ranani Glazer, de 24 anos, estava desaparecido desde sábado, após o início do conflito, e tinha ido à rave Universo Paralello na qual houve o maior ataque do Hamas.
Natural do Rio Grande do Sul, Glazer tinha nacionalidade brasileira e israelense. Ele morava em Israel há sete anos e prestou serviço militar no país. Em abril, destacou o gosto por festas como o evento de música eletrônica, onde estava quando começou o ataque do Hamas. "Fácil me encontrar numa rave", escreveu ele, em inglês, com uma foto tirada em Israel enquanto dançava com a bandeira do Brasil nos ombros.
"Governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis", diz a nota oficial do Itamaraty.
Durante a rave Universo Paralello, no deserto de Negev, perto de Re-im, no Sul de Israel, a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza, houve um ataque do grupo extremista armado Hamas.
Foram encontrados pelo menos 260 corpos no local onde ocorreu a edição israelense da rave Universo Paralello, evento organizado pelo pai do DJ Alok. Segundo o Itamaraty, pelo menos três brasileiros que participavam do evento estão desaparecidos desde o início da ofensiva, que já deixou mais de mil mortos e 4.500 feridos.
Entre os desaparecidos, há Bruna Valeanu, brasileira-israelense de 24 anos de idade e natural do Rio de Janeiro. Sua última comunicação com a família foi no sábado, por volta das 9h, quando contou ter testemunhado disparos e mortes à sua volta.
A outra pessoa desaparecida seria Karla Stelzer Mendes, brasileira-israelense. Ela tem 41 anos e um filho de 19 anos, membro do Exército israelense.
Já Rafael Zimerman, outro brasileiro com nacionalidade dupla que participava do evento, foi encontrado por soldados israelenses desacordado num bunker ao qual se dirigiu quando o bombardeio começou. Ele já foi socorrido e está no hospital, informou o Itamaraty.
O carioca Nathan Obadia, de 30 anos, também era um dos brasileiros que estavam presentes no festival de música, mas conseguiu escapar dos ataques. Em um relato divulgado no Instagram, Obadia conta que, ao tentar fugir do evento, ele e um grupo de quatro amigos se depararam com combatentes palestinos que invadiam a região, e foram alvos de "uma rajada de tiros" por cerca de 15 a 20 minutos.
"Foi um inferno, uns 15 e 20 minutos de uns 300 tiros. Não dá para saber exatamente, mas foi muito tiro. E a festa rolando, outras pessoas passando tentando fugir e tomando tiro no carro também. Mas como estávamos ali no campo aberto e batemos de frente com eles, eles começaram a largar (tiro) na gente. Teve uma hora que eles começaram com tiro de bazuca', relatou o brasileiro nas redes sociais.
(Com Globo)
O grupo terrorista Hamas lançou a "Operação Al-Aqsa Flood" para defender a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, palco de tensões entre palestinos e israelenses.
Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia, apontam que o Hamas é uma organização terrorista.
Ismail Haniyeh lidera o Hamas desde 2017 e reside em Doha, Catar, desde 2020 devido às restrições de saída e entrada em Gaza, que enfrenta bloqueios em suas fronteiras tanto com Israel quanto com o Egito.
Na sua Carta de Princípios de 1988, o Hamas declarou que a Palestina é uma terra islâmica e não reconhece a existência do Estado de Israel.
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