Guerra contra terroristas: estudo diz que mortos que foram informados pelas forças locais e americanas como militantes na verdade podem ter sido civis (zabelin/Thinkstock)
AFP
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 19h31.
Cerca de meio milhão de pessoas morreram violentamente no Iraque, Afeganistão e Paquistão devido à "guerra contra o terrorismo" lançada pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de Setembro de 2001, revela um estudo publicado nesta quinta-feira, 8.
O relatório do Instituto Watson de Assuntos Internacionais e Públicos, da Universidade de Brown, avalia o número de mortos entre 480.000 e 507.000 pessoas, mas estima que a quantidade pode ser mais alta atualmente.
O novo saldo prevê "um aumento de 110.000 sobre a última contagem, realizada há somente dois anos, em agosto de 2016", apontou a instituição acadêmica.
"Embora a guerra contra o terrorismo seja muitas vezes esquecida pelo público americano, pela imprensa e pelos legisladores, o aumento no número de mortos registrados indica que, longe de diminuir, esta guerra continua sendo intensa", acrescenta o relatório.
O número de mortes inclui insurgentes, polícia local e forças de segurança, civis e tropas americanas e aliadas.
A autora do relatório, Neta Crawford, disse que muitos dos mortos que foram informados pelas forças locais e americanas como militantes, na verdade podem ter sido civis. "Talvez nunca saibamos o total de mortes diretas nessas guerras", escreveu Crawford.
"Por exemplo, dezenas de milhares de civis podem ter morrido quando se retomou Mossul e outras cidades das mãos do Estado Islâmico, mas é provável que seus corpos não tenham sido recuperados", informou. O relatório indica que entre 182.272 e 204.575 civis morreram no Iraque, 38.480 no Afeganistão e 23.372 em Paquistão. Cerca de 7.000 efetivos americanos morreram no Iraque e Afeganistão.