Funeral de uma das vítimas do incêndio: o local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatadas das ruas (Saul Martinez/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de março de 2017 às 16h33.
Uma pequena igreja evangélica recebeu familiares e amigos de Siona Hernández, uma das 36 adolescentes mortas no incêndio que atingiu um abrigo de menores em San José Pinula, a 10 km da capital da Guatemala.
As pessoas que conheceram a moça de 17 anos estão impactado pela tragédia ocorrida no Lar Seguro Virgem de Assunção, um centro correcional de longo histórico de abusos sexuais e maus-tratos.
O último balanço oficial é de 36 jovens entre 14 e 17 anos mortas, enquanto que 19 se encontram internadas, a maioria em estado crítico.
Horror e indignação tomaram conta dos guatemaltecos que agora esperam por justiça na investigação da tragédia ocorrida na quarta-feira.
O incêndio aparentemente foi provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de violência, segundo uma das hipóteses cogitadas pela Procuradoria de Direitos Humanos.
O presidente Jimmy Morales, que está com a popularidade cada vez mais baixa, decretou três dias de luto nacional e ordenou a destituição do diretor da instituição.
Trata-se de "um massacre", assegurou Hilda Morales, procuradora de Direitos Humanos da Infância, que pediu uma investigação administrativa e penal contra os responsáveis do abrigo.
O local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatadas das ruas, entre outros motivos.
O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.