Caminhões russos: assistência russa pretende aliviar a crise humanitária na cidade de Luhansk (Nikita Paukov/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 13h46.
Posto de fronteira de Donetsk - Guardas de fronteira da Ucrânia começaram nesta quinta-feira a revistar um comboio de caminhões da Rússia com ajuda humanitária para o leste ucraniano, depois que os veículos ficaram parados entre as duas ex-repúblicas soviéticas por quase uma semana.
Kiev acredita que o comboio de quase 260 caminhões com água, alimentos e remédios pode ser um Cavalo de Troia para os russos enviarem armas aos separatistas pró-Rússia que enfrentam forças ucranianas na região. Moscou disse que essa acusação é absurda.
“Posso confirmar que às 14h15 (horário local) o lado ucraniano iniciou as formalidades alfandegárias relacionadas ao carregamento humanitário russo”, afirmou o porta-voz dos guardas de fronteira, Andriy Demchenko, à Reuters.
Indagado em qual território o carregamento se encontrava, respondeu: “No território do posto de fronteira russo”.
Não ficou claro quando os caminhões finalmente terão autorização para entrar em solo ucraniano, que naquele posto de fronteira está sob controle dos rebeldes. Estes concederam permissão para que os guardas de fronteira da Ucrânia verifiquem o comboio.
Uma testemunha da Reuters viu 16 caminhões adentrando o território para além do posto de fronteira russo, mais tarde seguido por um segundo comboio de 16 veículos.
A assistência russa pretende aliviar a crise humanitária na cidade de Luhansk, uma de duas grandes cidades do leste da Ucrânia em poder dos rebeldes e cuja população majoritariamente fala russo – a outra é Donetsk, pólo industrial da região.
As forças do governo de Kiev, apoiado pelo Ocidente, vêm reconquistando terreno dos separatistas, mas os combates continuam em Donetsk, Luhansk e outros centros urbanos ao longo da fronteira entre os dois países.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), sediado em Genebra, enviou 35 funcionários para ajudar a abrir caminho para o comboio da Rússia, e pretende acompanhar os motoristas e caminhões em seus próprios veículos.
“Estamos prontos para seguir com o comboio, houve um atraso de última hora. Temos esperança de que seja resolvido prontamente”, afirmou a porta-voz do CICV, Ewan Watson, à Reuters.