Juan Guaidó: o autoproclamado presidente interino da Venezuela conta com o forte apoio dos Estados Unidos (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 09h03.
Washington - O líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, visitou Washington em dezembro do ano passado e se reuniu com funcionários do governo do presidente americano, Donald Trump, no seu primeiro contato conhecido com a Casa Branca que, um mês depois, reconheceria-lhe como o líder legítimo da Venezuela.
Um porta-voz da Casa Branca, que pediu anonimato, confirmou nesta segunda-feira à Agência Efe que "representantes do governo falaram com Guaidó em várias ocasiões, inclusive durante sua visita de dezembro a Washington".
A fonte não quis esclarecer quais funcionários receberam Guaidó, e disse apenas que os encontros aconteceram pessoalmente.
Quando questionada se Guaidó se reuniu também em dezembro com o senador republicano Marco Rubio, uma peça influente na política de Washington para a América Latina, uma porta-voz do legislador respondeu de forma negativa.
A visita de Guaidó, que segundo informações da imprensa também viajou em dezembro a Colômbia e Brasil, aconteceu em um momento no qual a oposição venezuelana preparava uma estratégia diante da iminente posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para um segundo mandato.
O grosso da oposição venezuelana não participou das eleições que deram a vitória a Maduro no ano passado por considerá-las fraudulentas e vários governos estrangeiros não reconheceram esses pleitos como legítimos.
Quando visitou Washington, Guaidó ainda não tinha assumido como chefe da Assembleia Nacional (AN, parlamento), de contundente maioria opositora e que designou o jovem deputado para esse cargo no último dia 5 de janeiro.
Guaidó, de 35 anos, acabou nesse posto depois que outros três dirigentes com maior influência no seu partido, o Vontade Popular (VP), foram tirados do jogo político de diferentes formas, todas relacionadas com a perseguição chavista, segundo eles mesmos alegam.
No dia 23 de janeiro, Guaidó se autoproclamou como presidente em exercício da Venezuela, com base em uma interpretação que a oposição faz de vários artigos da Constituição e que lhes levam a considerar que Maduro "usurpou" a presidência e que o Poder Executivo deve recair no chefe do parlamento até que sejam convocadas novas eleições.
Trump foi o primeiro presidente estrangeiro a reconhecer Guaidó como presidente interino, uma postura na qual lhe seguiram vários países, com notáveis exceções como Rússia e China.
"O presidente atuou (para reconhecer Guaidó) porque entendeu claramente a importância de apoiar a pujante democracia na Venezuela", afirmou à Efe o citado porta-voz da Casa Branca.