Guaidó: ele acusou Maduro de proteger Iván Márquez e Jesús Santrich, dissidentes da desmobilizada guerrilha das Farc que anunciaram seu rearmamento (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de setembro de 2019 às 17h16.
O líder opositor Juan Guaidó afirmou neste sábado que terá delegados na Assembleia Geral da ONU, para denunciar a atuação na Venezuela de "grupos irregulares" da Colômbia amparados pelo governo de Nicolás Maduro.
"A delegação da Venezuela estará presente para denunciar a presença de grupos irregulares no país e a liderança destes terroristas por Maduro", declarou Guaidó, líder do Parlamento, de maioria opositora, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de governos estrangeiros.
O opositor liderou uma jornada de pequenas manifestações opositoras em Caracas, um dia depois que a Justiça venezuelana abriu uma investigação criminal contra ele, após Guaidó aparecer em fotografias com membros do grupo criminoso colombiano Los Rastrojos, surgido de paramilitares desmobilizados em 2016 e dedicado ao narcotráfico.
Guaidó acusou Maduro de proteger Iván Márquez e Jesús Santrich, dissidentes da desmobilizada guerrilha das Farc que anunciaram seu rearmamento, bem como combatentes do ELN.
O líder opositor não detalhou como seus delegados participariam da Assembleia Geral da ONU, que terá início na próxima terça-feira. O órgão internacional reconhece Maduro.
Guaidó afirmou que seus representantes também irão denunciar a "emergência humanitária e crise migratória", com o êxodo de 3,6 milhões de venezuelanos desde 2016, segundo a ONU.
O opositor insistiu em que não conhece os integrantes dos Rastrojos. "Me pedem milhares de fotos", comentou sobre as imagens, que teriam sido registradas na véspera do último 23 de fevereiro, quando ele liderou uma tentativa fracassada de fazer passar pela fronteira com a Colômbia carregamentos de alimentos e insumos médicos vindos dos Estados Unidos.
Maduro não participará da Assembleia Geral da ONU, mas seu governo enviará um documento assinado por cidadãos venezuelanos contra as sanções aplicadas pelos Estados Unidos a seu país. O presidente socialista afirma que a iniciativa foi apoiada por 12 milhões de assinaturas, em um país de 30 milhões de habitantes.