O trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado em abril do último ano (Mário Rodrigues/VEJA)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 09h08.
São Paulo - Moradores de bairros da zona norte da capital paulista e as prefeituras de Guarulhos e Arujá, na Grande São Paulo, uniram forças para pedir alterações no traçado do Trecho Norte do Rodoanel, em fase de licenciamento ambiental. Segundo eles, a obra vai destruir a Mata Atlântica, desapropriar imóveis de forma desnecessária e isolar algumas regiões.
Se o projeto atual for mantido, cerca de 1,2 mil famílias de Guarulhos terão de sair de suas casas e pelo menos 4 mil residências serão isoladas do resto da cidade pelo anel viário, alega a prefeitura da cidade. A administração municipal reclama que o traçado do Rodoanel passa sobre um reservatório de água no bairro Bananal e por uma estação de tratamento de esgoto no Cabuçu.
A Dersa não esclareceu, segundo a prefeitura, se construirá novas unidades para substituí-los. Em 19 de janeiro, o prefeito Sebastião Almeida (PT) entregou à Dersa um projeto para aproximar o traçado da Serra da Cantareira, evitando cortar bairros.
O secretário de Planejamento e Meio Ambiente de Arujá, João Vani fez 22 solicitações à Dersa em dezembro. A principal, segundo ele, é a construção de unidades habitacionais para famílias que vivem em áreas de risco. No Jardim Corisco, zona norte de São Paulo, a preocupação é com o que sobrou da Mata Atlântica.
Para o arquiteto Kazuo Nakano, do Instituto Pólis, as prefeituras e a população devem aproveitar enquanto o projeto está na fase das audiências públicas. “Uma ligação ao Rodoanel deixa o local valorizado. Há uma dinâmica econômica para tirar proveito”, explica.
Dersa
Questionada sobre os pedidos de alteração do traçado do Trecho Norte do Rodoanel, a Dersa informou que o processo está na fase de discussão do licenciamento ambiental, de competência do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). O Consema disse que as reivindicações serão analisadas, assim como as 67 manifestações de moradores feitas na última audiência pública, no dia 19.
A Dersa promete plantar 500 hectares de mata para compensar os 80 hectares que serão derrubados. Com relação às desapropriações, informou que as famílias terão duas opções: mudar para apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ou retirar cartas de crédito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.