Beate Zschäpe: junto com Uwe Mundlos e Beate Zschäpe, Böhnhardt integrava o trio neonazista Clandestinidade Nacional-Socialista (Michael Dalder / Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2016 às 22h09.
Vestígios de DNA de um membro já falecido do trio neonazista NSU foram encontrados perto do corpo de uma menina assassinada em 2001 na Alemanha - disse a Polícia nesta sexta-feira (14), estabelecendo um vínculo entre esse crime e o bando responsável por uma série de homicídios racistas.
O DNA encontrado perto dos restos mortais de Peggy Knobloch, de 9 anos, desaparecida em 7 de maio de 2001 quando voltava da escola, bate com o de Uwe Böhnhardt.
Junto com Uwe Mundlos e Beate Zschäpe, Böhnhardt integrava o trio neonazista Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), considerado responsável por vários assassinatos racistas cometidos na Alemanha nos anos 2000.
Böhnhardt e Mundlos já morreram. Zschäpe é a única do grupo que continua viva e está sendo julgada desde 2013.
A Polícia indicou que continua analisando essa descoberta para determinar se poderia haver uma possível contaminação de amostras de DNA nos laboratórios forenses, mas disse ser pouco provável.
Caso se confirme, a descoberta estabelecerá um vínculo entre dois dos crimes de maior repercussão cometidos na Alemanha nos últimos anos.
O NSU era um trio de extremistas neonazistas que assassinou oito pessoas de origem turca, um imigrante grego e um policial alemão entre 2000 e 2007.
A Polícia tinha acabado de estabelecer o vínculo dessa série de assassinatos, quando os dois cúmplices da mulher - Böhnhardt, de 34, e Mundlos, de 38 - cometeram suicídio em um trailer, em 4 de novembro de 2011.
Eles estavam perto de serem capturados pela Polícia depois de um assalto a banco.
Após quatro dias de fuga por todo o país, Zschape, hoje com 41, entregou-se à Polícia.
A Alemanha ficou em choque, quando se descobriu que a série de assassinatos que o trio teria cometido era de motivação racista.
A descoberta desse grupo em 2011, por acaso, expôs publicamente as falhas da Polícia e da Inteligência doméstica, colocando incômodas perguntas sobre como essa célula pôde passar despercebida durante 13 anos.
Desaparecida em Lichtenberg, na Baviera, Peggy Knobloch foi encontrada morta em julho passado, em um bosque do sul do Estado regional de Thüringen (Turíngia).
O DNA de Böhnhardt foi encontrado perto do corpo de Peggy.
Por esse crime, um homem com deficiência mental ficou preso por mais de dez anos, sendo depois absolvido e solto.