Explosão em hotel na Somália: Shebab já controlou maior parte das regiões sul e central do país, mas se retirou de suas posições fixas em Mogadiscio dois anos atrás (Omar Faruk/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 14h44.
Mogadiscio - O Shebab, grupo ligado à Al Qaeda, assumiu nesta quinta-feira o duplo atentado a bomba contra um hotel de Mogadiscio, que deixou 11 mortos, e declarou que a ação foi o início de sua campanha para o novo ano.
"Este é o início de 2014", disse o porta-voz do Shebab, Ali Mohamud Rage, em mensagem de Ano Novo, um dia depois dos ataques.
"O destino dos estrangeiros e mercenários locais vai continuar o mesmo até eles deixarem o país...eles não terão abrigo na Somália."
O primeiro carro-bomba explodiu do lado de fora do hotel Jazeera, perto do aeroporto internacional, um dos mais sofisticados da capital somali, cuja clientela inclui políticos somalis e autoridades estrangeiras. O segundo carro-bomba foi detonado no local, quando ambulâncias estavam no local e soldados ajudavam os feridos.
O Shebab "assume a total responsabilidade pelo ataque que teve como alvo uma reunião de altos funcionários apóstatas da inteligência em Mogadiscio", afirmou Rage.
"Os apóstatas são os olhos e os ouvidos dos invasores e esses ataques servem como uma punição bem merecida por seu papel de orientação e assistência às forças invasoras em sua cruzada contra o Islã e os muçulmanos da Somália."
O Shebab já controlou a maior parte das regiões sul e central da Somália, mas se retirou de suas posições fixas em Mogadiscio dois anos atrás.
Tropas da União Africanaal, dentre elas grandes contingentes de Uganda, Quênia e Burundi, recuperaram uma série de bastiões insurgentes e tentaram dar apoio às incipientes forças do governo somali.
Mas uma série de ataques devastadores do Shebab contra alvos estrangeiros e do governo destruíram as expectativas de reconstruir a capital e demonstraram que o poder de destruição do grupo não diminuiu.
O grupo, que tem atraído jihadistas estrangeiros, realizou uma média de um "ataque complexo" a cada seis ou oito semanas no último ano. Fonte: Dow Jones Newswires.