Ministério: a organização afirma seguir viva apesar de os organismos oficiais a darem como morta (Carsten Koall/Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de março de 2017 às 09h39.
Atenas - A organização terrorista grega Conspiração dos Núcleos do Fogo reivindicou nesta quinta-feira o envio do pacote com explosivos detectado ontem no Ministério das Finanças da Alemanha, que estava dirigido ao ministro, Wolfgang Schäuble.
"Enviamos o pacote-bomba ao ministro das Finanças da Alemanha, no contexto da campanha do segundo ato do Projeto Nêmesis", afirma o grupo em comunicado publicado nesta manhã em um site anarquista.
No documento, a organização afirma seguir viva apesar de os organismos oficiais a darem como morta no passado, e ameaça continuar os ataques.
O documento não explica os motivos do envio do pacote ao ministro alemão e acrescenta que dará mais detalhes em um posterior comunicado.
Segundo os veículos de imprensa locais, no pacote, enviado desde um escritório dos correios no centro de Atenas, aparecia como remetente Adonis Yeoryiadis, vice-presidente da força maior de oposição, o partido conservador Nova Democracia.
A polícia, segundo os veículos de imprensa, elevou a vigilância em escritórios dos correios, aeroportos, assim como outros edifícios e pessoas que podem ser alvo de atentados.
A Conspiração dos Núcleos do Fogo cometeu, desde sua aparição em 2008, dezenas de atentados com bomba na Grécia.
Em 2010, enviou 14 pacotes explosivos dirigidos, entre outros, à chanceler alemã, Angela Merkel; ao presidente francês, Nicolás Sarkozy, e ao primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.
Os outros pacotes foram enviados a embaixadas estrangeiras em Atenas e às sedes da Europol e de Eurojust.
A organização se orgulha de ter criado, junto à organização terrorista italiana FAI, uma rede "de núcleos de conspiração em dezenas de países".
O grupo era considerado desarticulado, pois mais de 20 membros cumprem penas em distintas prisões gregas, após várias ondas de detenções entre 2010 e 2014.
A organização terrorista reapareceu em outubro de 2016, com a colocação de uma bomba perante o edifício onde vive o promotor do Tribunal de Apelações de Atenas.
Em um posterior comunicado, o grupo anunciou uma campanha de atentados que denominou "plano Nêmesis".