Bannon: "Infelizmente, a nomeação de Stephen Bannon, cujos laços com o movimento nacionalista branco estão bem documentados, abala diretamente sua capacidade de unir o país" (Carlo Allegr's/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 18h39.
Washington - Um grupo de 169 legisladores democratas enviou nesta quarta-feira uma carta ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para solicitar-lhe que destitua Stephen Bannon, a quem o republicano nomeou estrategista-chefe de sua equipe na Casa Branca.
"Imediatamente após sua vitória, muitos americanos estavam otimistas e esperançosos de que o senhor tomaria as medidas necessárias para unificar nosso país após eleições divisórias e rudes", escreveram 169 membros da Câmara de Representantes em sua carta ao magnata.
Os legisladores lembraram ao presidente eleito que, após garantir a vitória no pleito de 8 de novembro, assegurou que era a hora de que os EUA "curassem as feridas da divisão" e que se "unissem como povo".
"Infelizmente, a nomeação de Stephen Bannon, cujos laços com o movimento nacionalista branco estão bem documentados, abala diretamente sua capacidade de unir o país", advertiram os democratas.
"Como representantes eleitos de milhões de americanos de diversas origens, religiões e etnias, lhe recomendamos encarecidamente que reconsidere sua decisão de nomear o senhor Bannon como estrategista-chefe da Casa Branca", completaram.
A carta, concebida pelo congressista David Cicilline (Rhode Island), reitera a Trump a necessidade de um governo que una o país de novo.
"A intolerância, o antissemitismo e a xenofobia não deveriam existir em nossa sociedade, e certamente não têm lugar na Casa Branca. Seja intencional ou não, a nomeação do senhor Bannon envia uma mensagem inquietante sobre que tipo de presidente quer ser Donald Trump", disse Cicilline, membro do Comitê Judicial da Câmara de Representantes.
"Estou agradecido que muitos dos meus colegas tenham se unido a mim nesta solicitação de hoje. Espero que o presidente eleito considere nossas preocupações enquanto prepara-se para entrar no cargo", concluiu.
Os 169 legisladores se somaram assim ao apelo feito ontem pelo líder da minoria democrata do Senado, Harry Reid, que fez o mesmo pedido no plenário.