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Grupo de Contato reconhece rebeldes e pede saída de Kadafi

Na declaração final da reunião, o grupo pediu ainda que seja formado um governo de transição no país

Autoridades de 40 países reunidas em Istambul: 'Kadafi deve deixar o poder seguindo etapas definidas que serão anunciadas publicamente' (Saul Loeb/AFP)

Autoridades de 40 países reunidas em Istambul: 'Kadafi deve deixar o poder seguindo etapas definidas que serão anunciadas publicamente' (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2011 às 14h16.

Istambul - O grupo de contato sobre a Líbia - formado pelas potências ocidentais e regionais - reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão da rebelião líbia) como "autoridade governamental legítima" e pediu que seja formado um governo de transição no país, segundo a declaração final de uma reunião mantida nesta sexta-feira, em Istambul.

Além disso, o grupo pediu que o coronel Muammar Kadafi deixe o poder.

"Kadafi deve deixar o poder seguindo etapas definidas que serão anunciadas publicamente", segundo trechos da declaração final.

O grupo de contato insistiu na formação de um governo provisório que garanta uma transição pacífica do poder, segundo o texto oficial.

"Isso quer dizer que vamos descongelar uma certa quantidade de bens pertencentes ao Estado líbio, já que o Conselho Nacional de Transição (CNT) é que assume agora esta responsabilidade", explicou à imprensa o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé.

O Conselho de Segurança da ONU adotou em fevereiro sanções econômicas contra o regime de Trípoli, incluindo o congelamento de bens da família de Muammar Kadafi e de personalidades ligadas a ele.

O CNT pedia que esses bens fossem entregues à rebelião. "O que mais precisamos são fundos, fundos, fundos", assegurou em Istambul um representante do CNT.

Altos funcionários das grandes potências regionais e ocidentais, entre eles a secretária de Estado americana Hillary Clinton, debateram em Istambul a situação na Líbia e a coordenação da ajuda à rebelião.

Esta reunião, a quarta do grupo de contato sobre a Líbia, deve ajudar os rebeldes a se preparar para assumir o poder, conforme afirmou anteriormente um dirigente americano.

Além de Hillary, participaram do encontro cerca de 15 ministros das Relações Exteriores de variados países, entre eles Alain Juppé, da França, Franco Fattini, da Itália, e William Hague, do Reino Unido.


No total, representantes de 40 países estiveram presentes na reunião realizada em um palácio às margens do estreito de Bósforo.

Também marcou presença o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, que rejeitou as acusações do regime líbio, segundo as quais os bombardeios da Aliança Atlântica teriam causado a morte de mais de 1.100 civis na Líbia.

O grupo de contato se reuniu em Istambul quando já transcorrem cinco meses de combates interrompidos entre forças rebeldes, ajudados por bombardeios aéreos da Otan, e o exército leal a Kadafi.

Por outro lado, a Líbia desmentiu nesta sexta-feira as declarações de um emissário russo segundo as quais o regime Kadafi teria um plano suicida que consiste em explodir a capital Trípoli com mísseis, caso seja alvo de um ataque de rebeldes.

"Estas declarações atribuídas ao primeiro-ministro líbio (Baghdadi Mahmudi) fazem parte de uma série de mentiras e não tem nada a ver com a realidade", afirmou o ministério das Relações Exteriores citado pela agência oficial Jana.

Na quinta-feira, o emissário do Kremlin para o conflito na Líbia, Mikhail Marguelov, em uma entrevista ao jornal Izvestia, afirmou que o regime do coronel Muammar Kadafi teria um plano "suicida" que consistiria em 'explodir' a capital, Trípoli, em caso de ataque das forças opositoras.,

"O primeiro-ministro líbio me disse em Trípoli: 'se os rebeldes tomarem a cidade, a cobriremos de mísseis e a explodiremos'", declarou Marguelov, que fala árabe e visitou a Líbia em junho.

"Penso que o regime de Kadafi tem realmente um plano suicida neste estilo", completou.

O representante russo também manifestou dúvidas sobre as alegações de que o regime líbio tem poucas munições.

"Kadafi não utilizou um só míssil terra-terra, e tem muitos. Isto leva a duvidar que faltem armas. Em tese, Trípoli pode ter poucas munições para os tanques e as armas leves, mas o coronel tem uma grande quantidade de mísseis e explosivos", explicou Marguelov.

O CNT pedia que esses bens fossem entregues à rebelião. "O que mais precisamos são fundos, fundos, fundos", assegurou em Istambul um representante do CNT.

"Estas declarações atribuídas ao primeiro-ministro líbio (Baghdadi Mahmudi) fazem parte de uma série de mentiras e não tem nada a ver com a realidade", afirmou o ministério das Relações Exteriores citado pela agência oficial Jana.

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