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Greves prosseguem, mas cai risco de caos durante Eurocopa

O governo francês, que enfrenta mais de três meses de protestos por uma polêmica reforma trabalhista


	Greves: o governo francês, que enfrenta mais de três meses de protestos por uma polêmica reforma trabalhista
 (Charles Platiau/Reuters)

Greves: o governo francês, que enfrenta mais de três meses de protestos por uma polêmica reforma trabalhista (Charles Platiau/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 14h18.

As greves prosseguiam na França nesta quinta-feira, mas o risco de um caos durante a Eurocopa diminuía, depois que os controladores de tráfego aéreo retiraram um pré-aviso de greve.

O governo francês, que enfrenta mais de três meses de protestos por uma polêmica reforma trabalhista, tentava evitar um bloqueio completo do país cedendo a reivindicações em setores estratégicos.

"O que o governo está tentando fazer (...) é resolver cada uma das situações", resumiu a ministra do Trabalho, Myriam El Khomri.

O executivo, que não conseguiu evitar que fosse votada uma greve indefinida entre os trabalhadores ferroviários, teve mais êxito entre os controladores de tráfego aéreo.

Em troca da desistência em reduzir seu quadro de funcionários, os sindicatos que representam os 4.000 controladores de tráfego aéreo levantaram um pré-aviso de greve de três dias a partir de sexta-feira.

Mas a oito dias do início da Eurocopa-2016 (10 de junho a 10 de julho), que atrairá à França dezenas de milhares de torcedores, a situação ainda não está resolvida.

Os três sindicatos de pilotos da Air France convocaram nesta quinta-feira uma greve de 11 a 14 de junho.

O líder sindical do CGT, Philippe Martinez, que dirige a disputa com o governo de François Hollande, disse que não buscam "bloquear a Eurocopa", mas prometeu para esta semana "a mobilização mais forte dos últimos três meses".

A greve de trens, que completava seu segundo dia, impactou claramente no tráfego ferroviário. Só circulavam entre 30% e 40% dos trens regionais e 60% dos trens de alta velocidade.

Por sua vez, o tráfego era quase normal no metrô parisiense, embora também tenha sido convocada uma greve.

Ações pontuais

Os opositores da reforma trabalhista multiplicavam suas ações em vários locais do país.

Em Paris um grupo de grevistas tomou um escritório do controle de tráfego e bloqueou durante uma hora todos os trens que partiam da Gare de Lyon, uma estação de trens com destino ao centro-leste e ao sul da França, Suíça e Itália.

No oeste do país, uma ação similar deixou sem eletricidade 125.000 lares na região de Saint-Nazaire.

Grevistas também bloquearam o estaleiro de Saint-Nazaire (oeste), onde o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, não pôde comparecer à entrega ao Egito de um barco de tipo Mistral.

Milhares de pessoas protestaram nas ruas de Nantes e Rennes (oeste), Toulouse (sudoeste), Marselha (sudoeste) e Paris. Foram registrados confrontos em Nantes e Toulouse, onde oito policiais ficaram levemente feridos.

Para o governo do presidente socialista François Hollande, que bate recordes de impopularidade a um ano das eleições presidenciais, esta reforma trabalhista facilitará a adaptação das regras de trabalho à realidade das empresas e favorecerá a luta contra o desemprego endêmico.

Mas seus opositores, que multiplicam desde março os protestos, às vezes salpicados de violência, consideram que aumentará a precariedade no mercado de trabalho, razão pela qual exigem sua retirada.

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