Em maio, a Grécia escapou por pouco de um calote da dívida com a ajuda de um pacote de 110 bilhões de euros da UE e do FMI
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 09h00.
São Paulo - Os trabalhadores do transporte público da Grécia fazem uma greve de 24 horas nesta quarta-feira, a terceira em duas semanas, em protesto contra as reformas de austeridade do governo. O protesto é feito horas antes do o Parlamento votar o Orçamento para 2011.
A greve do setor de transportes afetou toda a região de Atenas. Houve caos no trânsito na hora do rush da manhã, com congestionamentos de até 10 quilômetros em várias partes da capital grega, enquanto as pessoas tentavam chegar ao trabalho. Trabalhadores do setor público e privado farão greves, também protestando contra o Orçamento. A principal central sindical do setor privado, GSEE, e a do setor público, ADEDY, convocaram uma paralisação de três horas. Em comunicado, a GSEE prometeu que os trabalhadores e sindicatos continuarão a "intensificar suas ações e lutas, enquanto essas políticas injustas e duramente neoliberais continuarem".
Em maio, a Grécia escapou por pouco de um calote da dívida com a ajuda de um pacote de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um duro programa de reformas econômicas. O país se comprometeu a reduzir seu déficit orçamentário para abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2014. O Orçamento de 2011, que inclui mais cortes de gastos e aumento de impostos, busca reduzir esse déficit para 7,4% do PIB. Em 2010, o déficit deve ficar em 9,4%.
Desde o ano passado, ocorrem várias paralisações e greves dos trabalhadores gregos contra as medidas de austeridade. Na última quarta-feira, houve uma greve geral de 24 horas que resultou em violentos confrontos nas ruas de Atenas. Na semana passada, o Parlamento aprovou reduções de salários e bônus de empresas estatais, particularmente no setor de transportes.
A greve deve afetar os serviços públicos, os governos locais, escolas e outros serviços. Há uma manifestação marcada para ocorrer em frente ao Parlamento. Os legisladores devem votar o Parlamento por volta da meia-noite (hora local).
As medidas de austeridade geraram críticas da oposição e mesmo de alguns socialistas da situação. O governo socialista, porém, controla 156 dos 300 assentos do Parlamento e deve aprovar o projeto. As informações são da Dow Jones.