Obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia (ABr/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2012 às 16h30.
São Paulo - Os trabalhadores das obras da usina hidrelétrica Santo Antônio resolveram manter a greve, após uma assembleia no canteiro da usina nesta segunda-feira, enquanto que na assembleia com trabalhadores na outra usina do rio Madeira, Jirau, não houve consenso.
"Os trabalhadores (em Santo Antônio) decidiram ficar paralisados e não concordaram com a antecipação de aumento salarial de 5 por cento oferecido pela empresa", disse o diretor do Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), Raimundo Enelson.
"Em Jirau deu empate e os trabalhadores pediram para fazer votação secreta", acrescentou.
Outra assembleia ocorrerá ainda nesta segunda-feira no canteiro de Santo Antônio às 19 horas (horário local), com os funcionários do turno da noite, que iniciaram o movimento de paralisação naquela usina, segundo o Enelson.
Já em Jirau, o representante do sindicato disse que os trabalhadores esperam que a votação secreta sobre o fim ou manutenção da greve possa ocorrer na terça-feira.
Na terça-feira pela manhã também ocorrerá audiência conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho da 14a Região, em Porto Velho, sobre a situação em Santo Antônio. A audiência que estava marcada para a última sexta-feira foi suspensa, para ser retomada após as assembleias desta segunda-feira, segundo o procurador do Trabalho Ruy Cavalheiro.
"O sindicato disse que não existe a intenção da categoria de paralisar as obras e que o que aconteceu foi uma iniciativa isolada de alguns trabalhadores, mas a gente não tem como endossar essa decisão", disse o procurador.
Os trabalhadores de Santo Antônio estão paralisados desde a última terça-feira (20), após a parada na usina hidrelétrica Jirau, que começou no dia 8.
As duas greves foram consideradas ilegais pela Justiça do Trabalho.
A usina hidrelétrica Santo Antônio, de 3.150 megawatts (MW), tem entre seus controladores as empresas Furnas, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Cemig, e o fundo de investimento FIP Amazônia Energia.
Já a usina hidrelétrica Jirau, de 3.750 MW, tem entre os acionistas a GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf.
Furnas, Eletrosul e Chesf são subsidiárias da Eletrobras.