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Greve do metrô argentino gera guerra de acusações

Federico Villalba solicitou à justiça que ordene à empresa concessionária do serviço de metrô e aos sindicatos que convocaram a greve que retomem as atividades


	Buenos Aires: paralisação de funcionários do metrô geram caos no trânsito da capital argentina
 (Juan Mabromata/AFP)

Buenos Aires: paralisação de funcionários do metrô geram caos no trânsito da capital argentina (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 20h59.

Buenos Aires - O sexto dia de greve de trabalhadores do metrô de Buenos Aires gerou nesta quinta-feira uma guerra de acusações entre administrações e culminou com a intervenção da justiça, que exigiu que as partes solucionem um conflito que afeta cerca de 1 milhão de passageiros.

O promotor Federico Villalba solicitou à justiça que ordene à empresa concessionária do serviço de metrô, Metrovías, e aos sindicatos que convocaram a greve que retomem as atividades.

O pedido do promotor veio depois de horas de reunião entre representantes do governo da cidade e dos sindicatos que demandam melhoras salariais, que ainda não chegaram a um acordo para dar fim o conflito.

A reunião foi realizada a pedido da juíza portenha Patricia López Vergara, que intimou hoje as partes a negociarem, porque ''o conflito social justifica a urgência (...), os cidadãos não podem ser reféns de duas jurisdições''.

''Busquei, dentro da jurisdição da cidade, desarmar a situação de tensão em que a cidade se encontra'', afirmou a juíza.

Enquanto a Justiça tenta encontrar uma saída para o conflito, o governo federal de Cristina Kirchner e a administração municipal, liderada pelo conservador Mauricio Macri, se envolveram em uma guerra de acusações sobre a responsabilidade final do serviço metroviário.

Macri responsabilizou pelo conflito setores sindicais governistas e insistiu que não pode administrar o transporte subterrâneo, como reivindica o governo de Cristina, que transferiu o metrô às autoridades portenhas em janeiro passado, mas retirou os milionários subsídios que destinava ao serviço.


O prefeito sustentou que a cidade não tem ''meios de financiar'' o metrô e exigiu financiamento à administração federal antes de se responsabilizar ''por algo que está quebrado econômica e tecnicamente e que põe em risco a vida das pessoas''.

''Não posso dizer ao povo ''vamos ficar com o metrô e para isso vou fechar as creches'''', argumentou Macri, que sugeriu à presidente ''ir ao Banco de Desenvolvimento Interamericano e pegar empréstimos para 30 anos para fazer todas as obras que fazem falta''.

A empresa concessionária do serviço, Metrovías, respondeu em comunicado ao prefeito que o metrô ''é um meio totalmente seguro'' e manifestou que confia em uma rápida solução para greve, que já é a mais longa da história.

Enquanto isso, o ministro do Interior e Transporte argentino, Florencio Randazzo, afirmou hoje que ''não só o município deve ser responsável pelo metrô'', como deveria prestar contas sobre o destino de seus fundos públicos.

Por sua vez, o porta-voz da Associação Sindical de Trabalhadores do Metrô e do Bonde, Enrique Rositto, expressou sua satisfação pela sentença judicial e advertiu que ''seria escandaloso que o governo municipal não cumprisse com suas obrigações''.

Os trabalhadores, que mantêm a medida por tempo indefinido, reivindicam um aumento salarial de 28%, além de outras reivindicações de melhoras em condições trabalhistas e de prestação do serviço.

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