Greenspan disse que Europa está pagando o preço de ter uma só moeda em países cuja situação econômica é muito diferente (AFP/Chip Somodevilla)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2011 às 17h59.
Cidade do México - A única forma de a União Europeia se prevenir da crise atual é coordenar suas estruturas para homogeneizar os assuntos fiscais das 17 nações da Zona Euro, afirmou na sexta-feira no México Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
Greenspan, que já advertiu recentemente sobre a possibilidade do fim do euro, disse que Europa está pagando o preço de se ter uma só moeda em países cuja situação econômica é muito diferente, citando o caso de Grécia, Portugal e Espanha, que estão muito distantes da Alemanha.
"O tema fiscal foi um ponto muito sensível do Tratado de Maastricht - que deu nascimento ao euro - e determinou a autonomia às nações", disse Greenspan na Cidade do México, durante um fórum organizado pela telefônica Telmex, de propriedade do magnata mexicano Carlos Slim.
"O sistema, contudo, foi posto a prova e quebrou, e era só uma questão de tempo para que algo assim acontecesse", completou Greenspan, referindo-se à crise.
Segundo o ex-presidente do Fed, o nervosismo dos mercados mundiais persistirá devido à possibilidade de moratória da dívida da Grécia. "Há 90% de chance disso (o calote) acontecer, o que gera um ambiente instável que afetará o mundo inteiro", afirmou.
Greenspan recordou que a Europa é destino de 20% das exportações americanas, o que deixa ainda mais evidente à correlação entre esses mercados.
"Os europeus são tão importantes para o mundo que seu êxito é necessariamente um êxito global", disse.
Sobre México, Greenspan disse que os fortes laços desse país com a economia americana o torna ainda mais sensível ao desempenho dos Estados Unidos do que as demais economias latinas.