Ativista do Greenpeace: arquivamento dos processos eliminaria um dos muitos motivos de irritação do Ocidente com a Rússia (Jacky Naegelen/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 10h44.
Moscou - Os 30 ativistas presos na Rússia por protestarem contra a instalação de uma plataforma petrolífera no Ártico podem ser absolvidos graças a um projeto de anistia que tramita no Parlamento, disseram advogados e o Greenpeace nesta quarta-feira.
Emendas de última hora no projeto de anistia proposto pelo presidente Vladimir Putin implicam o fim "quase certo" dos processos contra os 30 ativistas, segundo o grupo ambientalista. Além disso, os 26 estrangeiros do grupo, incluindo uma brasileira, poderão deixar a Rússia imediatamente.
A prisão dos "30 do Ártico", como o Greenpeace os chama, motivou críticas do Ocidente e foi amplamente vista como um sinal de que Putin não irá tolerar qualquer tentativa de impedir a Rússia de explorar os recursos do Ártico.
O arquivamento dos processos eliminaria um dos muitos motivos de irritação do Ocidente com a Rússia a poucas semanas da Olimpíada de Inverno de Sochi, em fevereiro.
Advogados disseram também que duas integrantes da banda punk Pussy Riot --atualmente cumprindo pena de dois anos por causa de um protesto numa catedral de Moscou em 2012-- também deverão ser libertadas.
A previsão inicial é de que elas sejam soltas em março, e não está claro em quanto a pena poderá ser abreviada após a aprovação da anistia.
Os "30 do Ártico" foram presos quando a guarda costeira russa abordou um navio quebra-gelo do Greenpeace, o Arctic Sunrise, após um protesto em 18 de setembro em que alguns ativistas tentaram escalar a plataforma petrolífera Prirazlomnaya, a primeira do país no Ártico.
Eles passaram dois meses detidos em condições precárias, foram impedidos de deixar a Rússia após serem libertados sob fiança, e ainda podem ser condenados a sete anos de prisão pelo crime de vandalismo.
"Posso em breve ir para casa, para minha família, mas jamais deveria ter sido indiciado e preso em primeiro lugar", disse ao Greenpeace o norte-americano Peter Willcox, capitão do Arctic Sunrise.