Protestos na Grécia: sindicatos dos funcionários municipais declararam greve até amanhã (Yorgos Karahalis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 12h53.
Atenas - A segunda semana consecutiva de greve no setor público - relacionada à nova visita da troika - foi iniciada nesta segunda-feira com a mobilização de professores, do setor administrativo das universidades, dos funcionários municipais e da seguridade social, todas em protesto contra a política de cortes do governo.
Os professores do ensino básico convocaram hoje uma greve de apenas 3 horas, enquanto, no caso dos professores do ensino fundamental, a paralisação será de 48 horas. Nas universidades, os funcionários do setor administrativo não trabalharão durante toda semana.
Os sindicatos dos funcionários municipais declararam greve até amanhã, embora os empregados das caixas da Seguridade Social e dos Escritórios de Emprego tenham anunciado um prolongamento até quarta-feira, após terem passado a última semana inteira em greve.
Nesta segunda-feira, 500 agentes municipais também organizaram um enterro simbólico da polícia local no centro de Atenas, que chegou a receber um carro fúnebre. Isso porque, a corporação citada será extinta, sendo que suas funções serão assumidas pela Polícia Nacional.
Os docentes também se manifestaram, mas, de acordo com o vice-presidente do sindicato OLME, Eleni Zografaki, a adesão à greve não alcançou as mesmas cotas da última semana.
"Ainda não temos dados globais. Parece que a participação está diminuindo. Segundo as informações que recolhemos, a participação oscila entre 12% e 60%", explicou Eleni à Agência Efe.
O principal sindicato de funcionários, ADEDY, convocou uma greve de 48 horas para esta terça e quarta-feira, a qual deverá ser aderida por grande parte dos funcionários públicos.
Os protestos se dirigem contra o compromisso do governo com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) de demitir 12,5 mil funcionários até o final do mês e a outros tantos até o fim do ano no chamado esquema de mobilidade laboral.
Este modelo prevê a mudança forçada ou a demissão dos afetados em um prazo de oito meses após terem recebido essa ordem.
Durante esse período, o trabalhador afetado recebe 75% de seu salário, mas pode ser transferido para qualquer outro posto no qual haja vagas ou ser despedido se não for aproveitado no término dos oito meses.
Além da passagem de 25 mil funcionários a esse esquema, a demissão de 4 mil funcionários até fim de ano e de outros 11 mil (no próximo) são outras condições imposta pela troika em troca dos pacotes de ajuda financeira.