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Grécia pode ficar sem petróleo caso o Irã deixe de exportar

União Europeia confirmou que não pode garantir o fornecimento de combustível caso Teerã decida cortar a exportação para o bloco

Refinaria de petróleo de Lavan, no Irã: ameaça de corte no fornecimento para a Europa (Behrouz Mehri/AFP)

Refinaria de petróleo de Lavan, no Irã: ameaça de corte no fornecimento para a Europa (Behrouz Mehri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 17h01.

Bruxelas - O comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, admitiu nesta terça-feira que não pode oferecer garantias à Grécia de que terá petróleo suficiente caso o Irã corte o envio de petróleo à União Europeia nos próximos dias, como represália ao embargo europeu.

O ministro da Energia grego, Giorgios Papaconstantinou, em declarações à imprensa em Bruxelas, mostrou sua preocupação pela situação na qual seu país ficaria caso Teerã decidisse tomar esta medida, devido a sua grande dependência do petróleo iraniano.

'É certo que nosso colega grego tem suas preocupações sobre como podem assegurar que terão petróleo e diesel suficientes para o mercado interno grego, mas não podemos dar garantias', destacou Oettinger em entrevista coletiva ao término do Conselho de Ministros de Energia da União Europeia (UE).

'Dissemos que trabalharemos de perto para assegurar que temos a quantidade adequada de petróleo para refinar se as provisões forem canceladas nos próximos dias', acrescentou.

Mas a pedra angular do problema é que Teerã permite a Atenas atrasar os pagamentos por suas importações de petróleo, o que significa muito para o endividado país.

Segundo o comissário, 'a questão é como podemos usar o mecanismo europeu de financiamento e os bancos europeus para tornar possível aos fornecedores europeus que forneçam (petróleo à Grécia) e sejam pagos'.

'Dissemos a nossos colegas da UE que estamos enfrentando um problema que está além da nossa capacidade de resolver', disse Papaconstantinou, que afirma ter encontrado um 'total entendimento' por parte de seus colegas, que teriam se comprometido a ajudar Atenas se for necessário.

No entanto, não existe ainda uma decisão sobre como poderia ser realizada esta operação e sob quais condições financeiras, segundo confirmaram à Efe fontes diplomáticas.

O embargo sobre as exportações de petróleo do Irã, decretado pela UE para pressionar Teerã para que chegue a uma solução negociada sobre seu polêmico programa nuclear, ajudará que os contratos atuais com esse país concluídos no dia 1º de julho não sejam renovados.

Com esta medida, os 27 membros da UE perdem um de seus principais provedores de petróleo - o quinto em 2010 - o que afetará principalmente a Itália, a Espanha e a Grécia, que têm o Irã como um fornecedor fundamental.

No caso espanhol, o Irã foi em 2010 o principal vendedor de petróleo, com 14,6% do total, embora seja previsto que recorra ao petróleo de outros países do Golfo Pérsico ou Nigéria para suprir esse vazio. 

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